A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta terça-feira (17) que está "profundamente perturbada" com a execução de 21 pessoas condenadas por terrorismo no Iraque, e pediu ao país que "pare todas as execuções futuras"
A alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou nesta terça-feira (17) que está "profundamente perturbada" com a execução de 21 pessoas condenadas por terrorismo no Iraque, e pediu ao país que "pare todas as execuções futuras".
"Estou muito preocupada com o destino de várias centenas de prisioneiros que correm risco iminente de serem executados no Iraque", disse Bachelet em um comunicado.
"Nossa avaliação da forma como a justiça é feita no Iraque em casos de terrorismo revela frequentes violações do direito a um julgamento justo, com representação legal ineficiente, assim como uma dependência excessiva de confissões e numerosas acusações de tortura e maus tratos", declarou ela.
Em circunstâncias como esta, a aplicação da pena de morte é sobretudo "a privação arbitrária da vida pelo Estado", acrescentou.
A ONG Anistia Internacional, por sua vez, também condenou as execuções.
"A execução como represália não apenas falha em trazer justiça às vítimas e suas famílias, mas também reforça um sentimento de justiça unilateral, em um momento em que as autoridades se calam diante de outras violações, como torturas ou desaparecimentos forçados que ocorrem por todo o país", escreveu Lynn Maalouf, diretora-adjunta da organização para o Oriente Médio e Norte da África.
Os 21 homens, todos condenados por crimes de "terrorismo", foram enforcados na segunda-feira na prisão central de Nassíria.
Desde o anúncio do Iraque, no final de 2017, de sua vitória sobre o grupo Estado Islâmico, os tribunais iraquianos proferiram centenas de sentenças de morte.
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