INTERNACIONAL

ONU: pandemia provoca aumento expressivo da necessidade de ajuda humanitária

A ONU anunciou nesta terça-feira (1) que serão necessários 35 bilhões de dólares para ajudas em 2021, em meio a uma pandemia que deixou milhões de pessoas na pobreza e sob a ameaça da fome

AFP
01/12/2020 às 06:51.
Atualizado em 24/03/2022 às 02:58

A ONU anunciou nesta terça-feira (1) que serão necessários 35 bilhões de dólares para ajudas em 2021, em meio a uma pandemia que deixou milhões de pessoas na pobreza e sob a ameaça da fome.

O relatório anual Panorama Humanitario Mundial da organização afirma que 235 milhões de pessoas em todo o mundo precisarão de algum tipo de assistência de emergência no próximo ano, o que representa um aumento de 40% em relação a 2020.

"O aumento se deve quase totalmente à covid-19", afirmou o coordenador da ajuda de emergência da ONU, Mark Lowcock.

Em 2021, uma em cada 33 pessoas no planeta vai precisar de ajuda, indica o documento.

O apelo anual das agências das Nações Unidas e de outras organizações humanitárias apresenta, de modo geral, um cenário sombro das necessidades provocadas pelos conflitos, os deslocamentos, os desastres naturais e a mudança climática.

A ONU adverte que a pandemia do novo coronavírus, que matou mais de 1,45 milhão de pessoas no mundo, afetou de modo desproporcional aqueles que "já vivem no fio da navalha".

"O panorama que apresentamos é a perspectiva mais desoladora e sombria sobre a necessidade humanitária no período futuro que já anunciamos", disse Lowcock.

A quantia mencionada seria suficiente para ajudar 160 milhões das pessoas mais vulneráveis em 57 países, segundo a ONU.

Pela primeira vez desde os anos 1990, a pobreza extrema aumentará, a expectativa de vida vai diminuir e o número de mortes em um ano por HIV, tuberculose e malária pode dobrar.

"Possivelmente o mais alarmante... é a ameaça do retorno da fome, possivelmente em vários lugares", afirmou Lowcock.

No decorrer do século XXI, apenas uma crise de fome foi registrada até o momento, a da Somália há quase uma década, e um cenário de fome em larga escala parecia algo "destinado à lixeira da história", completou.

"Mas agora, as luzes vermelhas estão piscando e os alarmes estão tocando", advertiu.

Até o fim de 2020, o número de pessoas com insegurança alimentar aguda no mundo pode alcançar 270 milhões, uma alta de 82% na comparação com o dado anterior à covid-19.

A situação no Iêmen, Burkina Faso, Sudão do Sul e nordeste da Nigéria indica que estes países já estão à beira da fome, enquanto uma lista de outros países e regiões, incluindo Afeganistão e a Sahel, também são "potencialmente muito vulneráveis".

"Se passarmos por 2021 sem grandes fomes, isto será uma conquista significativa", afirmou o coordenador da ONU.

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