A ONU lamentou nesta quarta-feira(09) a falta de continuidade na resposta ao pedido de um cessar-fogo mundial lançado em março pelo secretário-geral Antonio Guterres para facilitar a luta contra a pandemia do coronavírus
A ONU lamentou nesta quarta-feira(09) a falta de continuidade na resposta ao pedido de um cessar-fogo mundial lançado em março pelo secretário-geral Antonio Guterres para facilitar a luta contra a pandemia do coronavírus.
Após difíceis negociações, o Conselho de Segurança adotou uma resolução em 1º de julho em apoio ao apelo de Guterres por uma "trégua humanitária" de três meses nos conflitos mundiais, que expira no final de setembro.
"A resposta inicial foi encorajadora. Várias tréguas foram anunciadas, da Colômbia à Ucrânia e das Filipinas aos Camarões", disse a secretária-geral adjunta para Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo.
"No entanto, muitas expiraram e não foram renovadas, resultando em poucas melhorias nas regiões", lamentou durante uma videoconferência do Conselho de Segurança organizada a pedido da França e da Tunísia, que promoveu a resolução de julho.
Para Mark Lowcock, chefe de Assuntos Humanitários da ONU, "há cada vez mais razões para acreditar que os países mais fracos e conflituosos serão os mais afetados pela covid-19 a médio e longo prazo".
"São crescentes os riscos de conflito, instabilidade, insegurança, violência e deslocamento populacional", acrescentou, alertando para o aumento da agenda de trabalho do Conselho de Segurança.
Ele lamentou que, apesar dos repetidos apelos da ONU, o trabalho das organizações humanitárias continue sendo prejudicado, principalmente pela negação de vistos.
O Secretário-Geral Adjunto para Operações de Paz, Jean-Pierre Lacroix, disse por sua vez que a rotação dos capacetes azuis foi retomada após uma suspensão devido à pandemia, mas garantiu que é realizada sob protocolos rígidos que incluem 14 dias de quarentena antes do destacamento.
"Até este 9 de setembro, ao longo de todas as missões de campo, que somam mais de 100 mil pessoas, foram registrados 1.049 casos, sendo 609 recuperados, 440 casos ativos e 18 mortes", disse Lacroix.
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