Um relatório recente de especialistas da ONU enviado ao Conselho de Segurança confirma a presença na Líbia de mercenários do grupo russo ChVK Wagner, disseram diplomatas que tiveram acesso ao relatório nesta quarta-feira
Um relatório recente de especialistas da ONU enviado ao Conselho de Segurança confirma a presença na Líbia de mercenários do grupo russo ChVK Wagner, disseram diplomatas que tiveram acesso ao relatório nesta quarta-feira.
Esses grupos militares particulares apoiam o marechal Khalifa Haftar, que controla o território oriental da Líbia, mas sua colaboração não tem sido sem tensão com esse chefe militar e seus aliados, de acordo com o documento.
A investigação foi realizada por especialistas que controlam o embargo de armas imposto desde 2011 ao país africano, mergulhado naquele ano em caos após a queda do regime de Muammar Kadafi.
O texto, enviado em 24 de abril ao Conselho de Segurança, é uma atualização de um relatório anterior enviado em dezembro que já mencionava a presença de milícias estrangeiras no conflito, principalmente na fronteira com o Chade e o Sudão.
Essa versão anterior, no entanto, não fez referência a mercenários de origem russa, que o atual relatório estima no máximo entre 800 e 1.200 homens.
Os detalhes do documento, que não foram divulgados publicamente, foram fornecidos por diplomatas que tiveram acesso ao seu conteúdo.
É a primeira vez que a ONU confirma a presença dos mercenários do ChVK Wagner, um grupo relacionado ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Desde abril de 2019, Haftar tenta tomar à força Trípoli, a sede do Governo da União Nacional (GNA) da Líbia, reconhecido pela ONU.
Sua ofensiva, que tem o apoio dos Emirados Árabes Unidos e do Egito, sofreu um grande revés desde que a Turquia se envolveu no conflito em defesa do GNA no início deste ano.
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