A ONU alertou, nesta terça-feira (16), que o Iraque pode mergulhar na instabilidade após um ataque com foguetes contra uma base aérea no Curdistão iraquiano que abriga forças americanas e que matou um iraquiano e vários estrangeiros
A ONU alertou, nesta terça-feira (16), que o Iraque pode mergulhar na instabilidade após um ataque com foguetes contra uma base aérea no Curdistão iraquiano que abriga forças americanas e que matou um iraquiano e vários estrangeiros.
É a primeira vez em quase dois meses que tais ataques têm como alvo instalações militares ou diplomáticas ocidentais no Iraque. O último ocorreu em meados de dezembro, quando foguetes explodiram perto da embaixada dos Estados Unidos em Bagdá.
No Twitter, a representante da ONU no Iraque, Jeanine Hennis-Plasschaert, denunciou "atos hediondos e perigosos" que "constituem uma séria ameaça à estabilidade".
Ela também pediu "moderação" e cooperação na investigação entre Erbil, a capital da região autônoma do Curdistão (norte), e Bagdá.
O alvo do ataque parece ter sido um complexo militar no aeroporto de Erbil, onde estão estacionadas tropas estrangeiras que fazem parte da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos que apoia o Iraque em sua luta contra os jihadistas.
Mas os foguetes também caíram em áreas residenciais, de acordo com a secretaria de Saúde da cidade, que informou cinco vítimas civis.
O porta-voz da coalizão, o coronel Wayne Marotto, disse nesta terça-feira que três foguetes atingiram o aeroporto, matando um funcionário civil estrangeiro não americano.
Nove outras pessoas ficaram feridas, incluindo oito funcionários civis e um militar americano, segundo o porta-voz.
O aeroporto de Erbil permanecia fechado nesta terça, enquanto as autoridades avaliavam os danos, informou seu chefe, Ahmad Hoshyar, à AFP.
Na segunda-feira à noite, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, declarou-se "indignado" com o ataque, indicando que seu país "responsabilizará os autores".
Afirmou ainda que contactou o primeiro-ministro do governo regional curdo, Massoud Barzani, para garantir o apoio dos Estados Unidos na investigação.
Barzani condenou o ataque "nos termos mais fortes" e o presidente iraquiano, Barham Saleh, denunciou no Twitter "uma espiral perigosa".
Duas fontes da inteligência disseram à AFP que os foguetes foram disparados de dentro da região autônoma.
O atentado foi reivindicado por um grupo pouco conhecido que se autodenomina Awliyaa al-Dam ("Os Guardiões do Sangue").