O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, fez um alerta nesta quinta-feira (23) para que Israel não anexe partes da Cisjordânia
O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Nickolay Mladenov, fez um alerta nesta quinta-feira (23) para que Israel não anexe partes da Cisjordânia.
A anexação, segundo ele, "causaria um golpe devastador na solução dos dois Estados, fecharia as portas para as negociações e ameaçaria os esforços para promover a paz na região".
Mladenov falou em um vídeo informativo do Conselho de Segurança, que realiza reuniões mensais sobre o conflito israelense-palestino.
Em relação à luta contra o coronavírus, ele elogiou o que chamou de "exemplos inspiradores de cooperação em meio ao conflito".
No entanto, recordou que no último mês também houve "combates contínuos, enquanto o número de vítimas da guerra não para de crescer".
"A perigosa possibilidade da anexação por Israel de partes ocupadas da Cisjordânia é uma ameaça crescente", disse Mladenov, argumentando que a medida violaria o direito internacional.
Um plano de paz apresentado no início do ano pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incentiva a anexação por parte de Israel de assentamentos judaicos e de outros territórios estratégicos na Cisjordânia.
A proposta do líder americano foi rejeitada pelos palestinos e condenada por grande parte da comunidade internacional.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente do Parlamento, Benny Gantz, chegaram a um acordo nesta semana para um governo de união, depois de três eleições inconclusivas em menos de um ano.
Para Netanyahu, o plano de Trump representa uma oportunidade histórica para Israel, mas Gantz tem sido mais cauteloso.
Mladenov pediu aos líderes israelenses e palestinos que "aproveitem esse momento para caminhar em direção à paz".
Ele também os encorajou a "rejeitarem movimentos unilaterais que aprofundam o abismo entre os dois povos e minam as chances de alcançar a paz".
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