INTERNACIONAL

OMS investiga gestão global da pandemia que já deixa quatro milhões de casos no Brasil

O Brasil ultrapassará quatro milhões de casos da covid-19 desde o início da pandemia, cuja gestão global por governos é objeto de investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde esta quinta-feira

AFP
03/09/2020 às 18:37.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:49

O Brasil ultrapassará quatro milhões de casos da covid-19 desde o início da pandemia, cuja gestão global por governos é objeto de investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde esta quinta-feira.

Com 212 milhões de habitantes, o país registrou 3.997.865 infecções por coronavírus e 123.780 mortes até quarta-feira, tornando-se o segundo mais afetado pela epidemia, atrás apenas dos Estados Unidos.

Depois de vários meses em um patamar com uma média diária de mais de 1.000 mortes, o país teve uma pequena queda desde o final de agosto e registrou uma média de 874 mortes e cerca de 40.000 infecções por dia na última semana.

O Ministério da Saúde brasileiro afirma que os números revelam uma "queda" na curva, mas especialistas independentes sugerem cautela.

Os dados do Brasil lembram o manejo caótico da crise de saúde no país, marcada por desentendimentos entre os governadores a favor de medidas de isolamento social para conter infecções e o presidente Jair Bolsonaro, que os critica pelo forte impacto econômico.

A gestão de uma pandemia que infectou 26 milhões de pessoas e matou mais de 864.000 em todo o mundo, sobrecarregou os sistemas de saúde de muitos países e afundou a economia global, levanta todos os tipos de críticas contra os líderes de governos e os chefes de instituições internacionais.

Na esperança de melhor evitar ou lidar com uma nova pandemia, a OMS anunciou nesta quinta-feira o início de uma investigação independente sobre a gestão global da crise.

Os especialistas, que apresentarão um primeiro relatório em outubro antes do documento final em maio do ano que vem, avaliarão principalmente a eficácia das medidas tomadas pelos países e pela OMS em face da covid-19.

A organização global, amplamente criticada por sua própria resposta durante a epidemia, prometeu acesso total aos seus documentos.

"A OMS deixou claro para nós que seus arquivos são um livro aberto. O que quisermos ver, podemos fazer", disse a ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark, que presidirá o comitê de avaliação com a ex-presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf.

As medidas de quarentena e as restrições impostas para conter as infecções têm causado um desastre econômico que se reflete a cada dia com a publicação de novos dados.

Os Estados Unidos, o país mais atingido pelo coronavírus em mortes e casos, registrou 881.000 novos pedidos de seguro-desemprego na semana encerrada em 29 de agosto, de acordo com dados oficiais divulgados quinta-feira.

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