INTERNACIONAL

OMS analisa segurança da vacina anticovid da AstraZeneca

A Organização Mundial da Saúde (OMS) examina nesta terça-feira (16) se a vacina da AstraZeneca é segura, embora até o momento continue recomendando o uso, após a suspensão anunciada por vários países da Europa, continente que superou 900

AFP
18/03/2021 às 06:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 08:52

A Organização Mundial da Saúde (OMS) examina nesta terça-feira (16) se a vacina da AstraZeneca é segura, embora até o momento continue recomendando o uso, após a suspensão anunciada por vários países da Europa, continente que superou 900.000 mortes provocadas pela covid-19.

Para evitar a desaceleração das campanhas de imunização, os governos se apressam a comprar outras vacinas: o Brasil, onde a pandemia não dá trégua, anunciou a aquisição de 100 milhões de doses da Pfizer/BioNTech, enquanto a União Europeia estabeleceu com estes laboratórios uma "aceleração" da entrega de 10 milhões de doses.

Na segunda-feira, sete países europeus (Alemanha, França, Itália, Espanha, Eslovênia, Portugal e Letônia) se uniram à lista de nações que suspenderam o uso da vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca, depois que foram registrados problemas sanguíneos graves como trombose em pessoas imunizadas. Os governos aguardam a opinião da Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

Nesta terça-feira, o grupo de especialistas da OMS sobre a vacina, que examinou os dados e está em contato estreito com a EMA, se reunirá para estudar se a vacina é segura, anunciou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização.

Até o momento, a OMS aconselha a continuidade da aplicação deste imunizante contra o coronavírus.

"Não queremos que as pessoas entrem em pânico e, por enquanto, recomendamos que os países continuem a vacinar com a AstraZeneca", disse a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan.

"Até agora, não encontramos uma ligação entre estes eventos e a vacina", acrescentou.

A EMA também organizará uma "reunião extraordinária" na quinta-feira sobre a vacina, mas já afirmou que os benefícios continuam sendo maiores que os riscos provocados pela covid-19.

Outros países europeus já haviam decidido suspender sua aplicação: Holanda, Irlanda, Noruega, Dinamarca, Áustria, Islândia e Bulgária. Nesta terça-feira foi a vez da Suécia.

No Reino Unido, que já aplicou a primeira dose (da AstraZeneca ou Pfizer/BioNTech) em quase 24,5 milhões de pessoas, o primeiro-ministro Boris Johnson reafirmou que a vacina desenvolvida pela AstraZeneca com cientistas da Universidade de Oxford era "segura" e "extremamente" eficaz.

Além das dúvidas a respeito dos efeitos colaterais do fármaco, se somam os problemas de fornecimento do laboratório para a União Europeia e o bloco "não descarta" apresentar um recurso judicial contra o grupo farmacêutico, afirmou nesta terça-feira o secretário de Estado francês de Assuntos Europeus, Clément Beaune.

Em outras regiões do mundo, alguns países também decidiram suspender a aplicação da vacina.

Na América Latina, o governo da Venezuela anunciou que não permitirá o uso, "em razão das situações, complicações, apresentadas", segundo as palavras da vice-presidente Delcy Rodríguez.

A Indonésia, quarto país mais populoso do mundo, também anunciou o adiamento da campanha com o imunizante da AstraZeneca.

Mas em outra nação do sudeste asiático, a Tailândia, onde o uso também estava suspenso, nesta terça-feira a vacina começou a ser aplicada. O primeiro-ministro, Prayut Chan-O-Cha recebeu a primeira dose.

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