A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (3) que talvez nunca exista uma "solução milagrosa" contra a pandemia de COVID-19, no momento em que a América Latina e o Caribe superam a marca de 5 milhões de casos e o Peru, um dos países mais afetados da região, sofre com um novo surto
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu nesta segunda-feira (3) que talvez nunca exista uma "solução milagrosa" contra a pandemia de COVID-19, no momento em que a América Latina e o Caribe superam a marca de 5 milhões de casos e o Peru, um dos países mais afetados da região, sofre com um novo surto.
A propagação do novo coronavírus, responsável por 691.000 mortes e 18,1 milhões de casos no mundo, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais, ganha velocidade, seis meses depois de a OMS declarar emergência mundial.
"Não há solução milagrosa e talvez nunca exista", indicou o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que lembrou que, apesar da "esperança" gerada pelos testes clínicos, isto não significa, "necessariamente, que teremos uma vacina eficaz".
Os números de contágios e óbitos seguem crescendo. Na América Latina e no Caribe, os casos superam os 5 milhões, com mais de 220.000 óbitos.
O Peru enfrenta um surto com um incremento de contágios e mortes significativo, um mês depois de iniciar a fase de suspensão gradual do confinamento para reativar a economia.
Cateriano pediu aos 33 milhões de peruanos que respeitem as medidas básicas de segurança, no momento em que o Peru se aproxima dos 430 mil infectados e 20 mil mortos pela pandemia.
Desde que o governo autorizou o a flexibilização do confinamento, em 1º de julho, em 17 das 25 regiões do país e liberou o transporte nacional aéreo e terrestre, o número de infectados quase dobrou, passando de 3,3 mil a 6,3 mil, segundo cifras oficiais.
A situação também é complicada para os povos indígenas do Brasil, país líder na América Latina em contaminações e mortes em números absolutos.
O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira um julgamento-chave para proteger os indígenas do novo coronavírus, que continua avançando nas aldeias, em meio a denúncias de omissão pelo governo de Jair Bolsonaro.
Mais de 600 indígenas morreram e ao menos 21.000 foram diagnosticados com COVID-19, de acordo com dados da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que denuncia um "genocídio" dos povos originários pela "omissão do governo".
Na América Central, o vírus também faz estragos. A Guatemala, por exemplo, superou nesta segunda-feira a marca de 2.000 óbitos, após uma semana de reabertura progressiva. Mesmo se o número de contaminações e mortos não diminuir, a reabertura da atividade econômica no país será mantida.
Já a Costa Rica, que sofre com uma forte propagação do vírus, anunciou a suspensão de todas as atividades com potencial de aglomeração em massa até o fim de 2020, o que inclui as tradicionais comemorações de fim de ano e a Maratona de San José.
A Argentina, que superou os 200.000 casos e se aproxima de 4.000 óbitos pela COVID-19, proibiu as reuniões sociais a partir desta segunda-feira em todo o país. Também foi suspensa a flexibilização parcial do confinamento que estava prevista para entrar em vigor nesta segunda-feira na região metropolitana de Buenos Aires, diante do aumento do número de contágios e do temor de saturação da capacidade hospitalar.