Oito países das Américas registraram a variante do novo coronavírus detectada no Reino Unido em meados de dezembro, enquanto dois relataram ter identificado a mutação localizada na África do Sul também no mês passado, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na quarta-feira (13)
Oito países das Américas registraram a variante do novo coronavírus detectada no Reino Unido em meados de dezembro, enquanto dois relataram ter identificado a mutação localizada na África do Sul também no mês passado, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) na quarta-feira (13).
Até as 12h de Brasília desta quarta, 13 de janeiro, Brasil, Canadá, Chile, Equador, Jamaica, México, Peru e Estados Unidos relataram a variante britânica, enquanto Brasil e Canadá encontraram a da África do Sul em suas amostras de laboratório, disse Sylvain Aldighieri , gerente de incidentes para covid-19 na OPAS, a repórteres.
"Queremos encorajar os países a aumentarem seu nível de alerta", disse Aldighieri, pedindo a "implementação estrita" das medidas de saúde pública recomendadas.
Na mesma coletiva de imprensa, a Diretora da OPAS, Carissa Etienne, destacou que até agora não há evidências de que essas variantes afetem os pacientes de maneira diferente, mas sugerem que o vírus pode se espalhar mais facilmente, colocando em risco a resposta dos sistemas de saúde.
"Manter o distanciamento social, usar máscaras faciais em público e lavar as mãos com frequência ainda são nossa melhor opção para ajudar a controlar o vírus neste momento, em todas as suas formas", disse ele.
A Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), informou que a região das Américas registrou um recorde de infecções na semana passada desde o primeiro caso identificado no continente há quase um ano.
"Só na última semana, 2,5 milhões de pessoas foram infectadas com covid-19 em nossa região, o maior número de casos semanais desde que o vírus chegou à nossa costa", disse ele.
"Praticamente todos os países das Américas estão experimentando uma aceleração na disseminação do vírus", acrescentou.
A expansão é mais expressiva nos Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia no mundo, com picos também no Canadá e no México. Na América Central, as infecções aumentaram na Costa Rica e Belize, enquanto houve um rápido aumento de casos em muitas ilhas do Caribe.
Na América do Sul, onde o verão meridional causa mais viagens e reuniões, todos os países relataram mais casos, mesmo aqueles como Chile e Argentina em que as infecções diminuíram.
Etienne disse que a trajetória do vírus depende da capacidade coletiva de cumprir as medidas para contê-lo.
"Se relaxarmos, não se engane: 2021 será muito pior do que 2020", alertou.
Diante dos desafios colocados pelo novo coronavírus, e enquanto a região inicia suas campanhas de vacinação, a OPAS pediu aos governos que atuem de maneira transparente e com base científica para controlar a pandemia, alertando que colocar a política acima do interesse público "pode custar vidas".