INTERNACIONAL

O reduto de Idlib poderia ser tornar uma 'Faixa de Gaza' síria?

Em uma Síria devastada pela guerra que dura uma década, a região de Idlib (noroeste) representa o último grande reduto jihadista e rebelde do país, e um dos últimos territórios que escapam ao controle do regime de Bashar al Assad

AFP
08/03/2021 às 07:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:31

Em uma Síria devastada pela guerra que dura uma década, a região de Idlib (noroeste) representa o último grande reduto jihadista e rebelde do país, e um dos últimos territórios que escapam ao controle do regime de Bashar al Assad.

Dotado de instituições próprias, mas afetado pelas contradições dos grupos jihadistas, e sob a vigilância da vizinha Turquia, este reduto poderia resistir e permanecer?

Uma nebulosa diversa de grupos jihadistas e rebeldes controla cerca da metade da província de Idlib e setores adjacentes nas regiões de Aleppo, Hama e Latakia, no noroeste do país.

Este reduto é dominado pelo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), ex-braço sírio da rede Al Qaeda, que exerce sua influência sobre um "Governo de Salvação", poder civil que administra estes territórios.

Vivem no setor 2,9 milhões de pessoas. Segundo a ONU, dois terços são deslocados que abandonaram bastiões rebeldes à medida que as reconquistas do regime aumentavam, a maioria por medo de represálias.

Mais de um milhão delas vivem em acampamentos miseráveis.

Apesar dos enfrentamentos esporádicos, a região se beneficia desde março de 2020 de um cessar-fogo negociado por Rússia e Turquia.

Mas depois das ofensivas sucessivas lançadas pelo regime sírio e seu aliado russo contra Idlib, jihadistas e rebeldes viram seus territórios amputados.

"Eles controlam atualmente 3.000 km2", diz à AFP o geógrafo e cientista político Fabrice Balanche. "Em setembro de 2017, controlavam 9.000 km2".

Para controlar a região, o HTS conta com 10.000 combatentes, sírios em sua maioria, segundo um relatório recente da ONU.

O braço armado, classificado como "terrorista" pela ONU e os europeus, nega qualquer relação com a Al Qaeda.

Mantém um monopólio sobre a importação e a distribuição de combustível, segundo o mesmo informe, que estima a renda gerada por estas atividades em "um milhão de dólares mensais".

O grupo controla também a "distribuição da ajuda humanitária" e "confisca uma parte para reforçar suas redes clientelistas", acusa o relatório da ONU.

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