INTERNACIONAL

O que se sabe sobre a COVID-19 em crianças

Embora o debate sobre a reabertura das escolas esteja ocorrendo em vários países, muitas incógnitas permanecem sobre a ação da COVID-19 em crianças, especialmente sua capacidade de transmitir a doença

AFP
12/05/2020 às 14:05.
Atualizado em 30/03/2022 às 00:06

Embora o debate sobre a reabertura das escolas esteja ocorrendo em vários países, muitas incógnitas permanecem sobre a ação da COVID-19 em crianças, especialmente sua capacidade de transmitir a doença.

Veja o que se sabe e as dúvidas que persistem a este respeito:

"Há três perguntas-chave: qual é o nível de infecção em crianças, qual a gravidade da doença nelas e a transmissão para outras pessoas. Temos bons dados somente para a segunda questão", resume o presidente da Royal College of Paediatrics and Child Health, professor Russell Viner.

Esses dados mostram que as formas graves da COVID-19, e por consequência as mortes, são excepcionais em crianças.

Em todo mundo, "formas críticas da doença em crianças parecem ser muito raras (cerca de 1% do total)" e "apenas um punhado de mortes foi relatado", segundo o site Don"t Forget The Bubbles (DTFB). Este site pediátrico britânico analisou todos os estudos sobre o assunto.

O risco de as crianças ficarem seriamente doentes encontrando seus amigos quando as escolas reabrirem parece, portanto, baixo.

É mais difícil dizer se as crianças são tão propensas quanto os adultos a contrair a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) julga que "crianças e adolescentes são tão suscetíveis à infecção quanto qualquer outra faixa etária".

Os casos pediátricos da COVID-19 representam, porém, apenas "uma pequena parte (1% a 5%) de todos os casos relatados no mundo", segundo a agência de saúde francesa Santé Publique France, que publicou em seu site uma síntese de estudos internacionais sobre o assunto.

Segundo ela, isso se deve ao fato de as crianças infectadas pelo coronavírus desenvolverem, em sua maioria, formas "leves" da doença, mesmo sem sintomas, o que as torna mais difíceis de detectar.

Outros especialistas acreditam, inversamente, que crianças e, em particular, menores de 10 anos, têm menos probabilidade de contrair a COVID-19 do que os adultos.

No site Don"t Forget The Bubbles, dois especialistas em pediatria, Alasdair Munro e Damian Roland, consideram "cada vez mais a probabilidade de que haja menos crianças afetadas pela COVID-19" do que adultos.

Eles se baseiam em testes realizados em massa na Coreia do Sul, Islândia e na cidade italiana de Vo, onde o número de crianças positivas foi muito menor do que de adultos.

É a grande incógnita.

Os dados mais recentes parecem mostrar que as crianças transmitem SARS-CoV-2 menos do que os adultos, ao contrário do que se acreditava inicialmente por analogia com outras doenças virais, incluindo a gripe.

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