Na avaliação de Lígia, Piracicaba tem um 'nível urbanístico bom, nota 7,5'
'O plano diretor é a forma de construir uma cidade boa para todos', diz Lígia (Del Rodrigues)
Muitos municípios têm planos diretores adequados, e são amparados por uma legislação maravilhosa, mas nem sempre isso é implantado no dia a dia. A análise é da arquiteta e urbanista, Lígia Nerina Rocha Duarte, que, nesta quinta-feira (6), conduziu a palestra 'Processo de Urbanização de Piracicaba', na Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi). O evento fez parte do projeto 'História Ambiental de Piracicaba', em celebração aos 50 anos de fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP) e aos 250 anos de fundação de Piracicaba. A palestrante fez uma síntese do desenvolvimento histórico e urbanístico da cidade. “Nós, os urbanoides de hoje, normalmente temos a impressão de que as cidades sempre foram desse jeito, mas, na verdade, houve todo uma processo de desenvolvimento e organização”, declara a também professora de Arquitetura da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Lígia contou que os planos diretores são elaborados a partir de teorias mundiais de Urbanização/Arquitetura. E que Piracicaba já está em seu terceiro plano diretor. “O primeiro, da década de 1980, era baseado na teoria modernista do Urbanismo, a mesma teoria que influenciou a construção de Brasília. Só que ele não foi implantado. O segundo plano diretor, que foi parcialmente implantado, veio depois da Constituição de 1988, então já trazia aspectos como a participação popular e a influência do meio ambiente. E o terceiro, elaborado em 2002, após a criação da Lei do Estatuto das Cidades (número 10.257/2001), preservou, aperfeiçoou e consolidou as conquistas ambientais do segundo plano diretor e trouxe novidades como, por exemplo, a fundação do Ipplap (Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba) e a regularização de favelas”, comenta. Na avaliação de Lígia, Piracicaba tem um “nível urbanístico bom, nota 7,5”. O principal gargalo do plano diretor do município, ela diz, são os vazios urbanos. “Ou seja, áreas dentro do perímetro urbano não ocupadas que geram aumento de custos com infra-estrutura como água, energia, esgoto, asfalto e transporte público, por exemplo, e a inflação do valor da terra, entre outros problemas”, explica.