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O filho do presidente, o pastor, o leal a Guaidó: três atores nas legislativas venezuelanas

Um defende as eleições legislativas para "resolver" a crise na Venezuela com uma Assembleia Nacional chavista, outro diz representar uma "nova oposição" e o último descarta participar de "uma fraude"

AFP
04/12/2020 às 09:19.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:13

Um defende as eleições legislativas para "resolver" a crise na Venezuela com uma Assembleia Nacional chavista, outro diz representar uma "nova oposição" e o último descarta participar de "uma fraude".

Nicolás Maduro Guerra, Javier Bertucci e Freddy Guevara expõem à AFP seus argumentos em torno da disputa de 6 de dezembro, marcada pelo boicote dos principais partidos da oposição.

É o filho do homem mais poderoso da Venezuela, mas Nicolás Maduro Guerra diz que sua vida "não começa sendo o filho do presidente". "Minha infância foi com um pai que era motorista de ônibus e como uma mãe secretária", comentou à AFP, em resposta a quem o critica por seus privilégios.

Ele afirma que o poder é uma "circunstância" à qual não aspirou. "Foi a vida que me trouxe aqui", diz.

Flautista profissional e formado em Economia, que se vangloria de ser "o mais jovem" dos dirigentes do chavismo sancionados por Washington, "Nico", como é chamado pelo pai, viveu semanas de uma campanha frenética na disputa por um assento em La Guaira, estado banhado pelo mar do Caribe, a 40 minutos de Caracas.

O político de 30 anos rejeita os questionamentos à legitimidade das eleições, que o líder opositor Juan Guaidó e seus aliados tacham de "farsa". Ele assegura que "são as mesmas condições" de 2015, quando a oposição obteve a maioria legislativa, embora as novas autoridades eleitorais não tenham sido designadas pelo Parlamento, como devia ocorrer, e entre outras reformas, o número de assentos aumentou de 167 a 277.

"Vamos solucionar os problemas que tivermos com a Nova Assembleia Nacional. A oposição, a direita extremista, não tem plano para o país", comenta.

Nos braços de uma multidão em uma rua de Maiquetía, onde fica o principal aeroporto do país, prometeu "esvair-se" como servidor público. "É proibido falhar!", exclamou, sob aplausos.

"Nico, Nico!", gritavam alguns, agitando cartazes com seu rosto estampado, enquanto outros tentavam se aproximar para abraçá-lo ou entregar-lhe cartas, esquivando-se dos vários seguranças que o acompanham.

Ele admite que há chavistas descontentes com a crise econômica, mas afirma que o chavismo "está na rua, encarando os problemas".

As sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela "complicaram a situação", reforça Maduro Guerra, pai pela primeira vez com apenas 15 anos, uma experiência que, afirma, o faz pensar na necessidade de campanhas para evitar a gravidez precoce.

Acusado por aliados de Guaidó - líder parlamentar reconhecido como presidente encarregado da Venezuela por meia centena de países - de colaborar com Maduro, Javier Bertucci, candidato pelo estado de Carabobo (norte), se defende.

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