Atualmente, eles têm entre 25 e 36 anos. Durante os anos de guerra no seu país, estes manifestantes sírios sofreram atrocidades, mas nem a tortura, nem os bombardeios conseguiram apagar seu desejo de democracia
Atualmente, eles têm entre 25 e 36 anos. Durante os anos de guerra no seu país, estes manifestantes sírios sofreram atrocidades, mas nem a tortura, nem os bombardeios conseguiram apagar seu desejo de democracia.
Quando a "Primavera Árabe" se propagou por todo o Oriente Médio, milhares de jovens sírios se somaram às manifestações que pedem uma mudança no país que viveu sob a chibata da família Assad desde 1970.
A resposta do regime foi rápida e impiedosa, e muitos sírios não violentos no centro da revolta pagaram com a vida pelo sonho de liberdade.
A AFP entrevistou quatro militantes sírios que tiveram que se exilar após terem sido vítimas de violências terríveis e da perda de entes queridos. E sem a perspectiva de poder voltar ao país, não lamentam seu compromisso. Confira a seguir suas histórias.
A primeira coisa que Omar Alshogre vê quando acorda é a foto dos carcereiros que o torturaram na Seção 215, um dos centros de detenção mais conhecidos da Síria.
Esta foto na mesa de cabeceira é para lembrá-lo: "Não me quebraram, ainda estou vivo".
Omar, que hoje tem 25 anos, conta que tinha 15 quando as forças do regime o detiveram pela primeira vez "com todos os homens" do seu povoado, perto de Banyas, na costa mediterrânea.
Foi libertado dois dias depois de os carcereiros terem arrancado suas unhas e quebrado uma de suas pernas.
"Compreendi pela primeira vez o que significava a liberdade e a partir daí comecei a me manifestar", diz Omar à AFP, por videoconferência.
Durante os 18 meses que se seguiram, ele foi detido outras seis vezes. Em maio de 2012, as tropas do regime atacaram seu povoado, mataram seu pai e vários irmãos.
Depois da última detenção, em novembro de 2012, esteve em dez prisões ou centros de detenção diferentes.
"Vi mais prisões na Síria do que o próprio país", diz.
Quando foi libertado, em 2015, era a sombra de si mesmo. Pesava 35 quilos;
Sua mãe o enviou clandestinamente para a Tuequia com o irmão caçula Ali, de 15 anos. Um traficante os levou de barco para a Síria e atravessaram a Europa até a Suécia, onde conseguiram asilo.