Amor de um século

O centenário de Nair Coury Maluf

Festa reuniu amigos e sobrinhos para marcar o aniversário

Rogério Verzignasse
12/06/2025 às 06:57.
Atualizado em 12/06/2025 às 06:57

Amigos e familiares se reuniram no dia 7 de junho para festejar o centenário de dona Nair Maluf e de sua vida dedicada à benemerência e amor ao próximo (Divulgação)

Um café da tarde marcou na tarde de sábado, dia 7, os 100 anos de vida de Nair Coury Maluf, piracicabana da gema, famosa na cidade pelo trabalho à frente de diversas ações beneficentes. O encontro aconteceu no apartamento em que ela vive, na esquina das ruas Boa Morte e Floriano Peixoto, no Centro. Encontro só para as velhas amigas e os sobrinhos. Umas 30 pessoas, que fizerem muito barulho para comemorar com toda a alegria do mundo trajetória tão marcante. 

Nair faz parte de uma família muito tradicional na região. O pai dela, seo Elias Zaidan Maluf, nasceu no Líbano e, com 16 anos, imigrou para o Brasil, indo morar em Capivari, onde já vivia o irmão mais velho, Salim. Ocorre que esse irmão faleceu na epidemia da gripe Espanhola no país. 

Elias, então, assumiu a responsabilidade de cuidar da viúva e seus sete filhos. Em Capivari, se destacou no ramo de torrefação de café. Já em Piracicaba, iniciou seus sobrinhos no comércio com a abertura da Loja do Sol, que posteriormente passou a se chamar Porta Larga.

Nair também teve um tio famoso, Athiê Jorge Coury, que além de deputado, ficou conhecido por presidir o Santos Futebol Clube de Pelé. Na sua gestão, o time da Vila viveu uma fase áurea, com 57 taças conquistadas (inclusive duas Libertadores e dois Mundiais).

O envolvimento com o social e a benemerência, tão presentes na vida de Nair, também são herança familiar. O avô paterno, Jorge Coury Athiê, foi um dos fundadores da Sociedade Beneficente Sírio-Libanesa de Piracicaba, entidade tem um papel ativo na preservação das tradições e no apoio a iniciativas beneficentes.

E ela seguiu nesse caminho de coração aberto, abraçou literalmente causas humanitárias. Junto com a mãe, Margarida, trabalhou pela Sociedade Sírio-Libanesa e pela Pia União de Santo Antônio, entidade que atende pessoas em situação de vulnerabilidade, com vários programas, como a distribuição de cestas básicas, cursos para gestantes e capacitação de cuidadores. 

Nair também trabalhou na Barraca Árabe da Festa das Nações por três décadas, ajudando na arrecadação de recursos para a manutenção do Centro Social de Assistência e Cultura (Ceset), que nasceu ligado à Paróquia São José, entidade assistida pela barraca. Muitas outras ações solidárias na cidade fazem parte dessa vida repleta de amor e doação.

A amiga Cristina Tacla, por muito tempo companheira nas ações de benemerência, conta que até seis anos atrás Nair, independente, morava sozinha e dirigia o próprio carro. Não se apertava. “Uma mulher fantástica, respeitada por toda a comunidade", fala a amiga. 
Conselho para a longevidade produtiva e feliz ela tem: gostar muito da vida e aproveitar todos os seus momentos. “Assim se chega bem aos 100”, diz.

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