A Dinamarca se tornou nesta quarta-feira (15) o primeiro país europeu a reabrir as escolas, um sinal tímido de esperança na luta contra a pandemia de coronavírus, que segue em propagação nos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump abriu uma crise sobre o papel da OMS
A Dinamarca se tornou nesta quarta-feira (15) o primeiro país europeu a reabrir as escolas, um sinal tímido de esperança na luta contra a pandemia de coronavírus, que segue em propagação nos Estados Unidos, cujo presidente Donald Trump abriu uma crise sobre o papel da OMS.
A Europa pode estar deixando para trás o pior da pandemia do coronavírus, já que a tendência de queda no número de mortes parece confirmada nos países mais afetados, como Itália e Espanha, onde as atividades começaram a ser retomadas de maneira gradual para oxigenar a economia.
Um total de 523 pessoas morreram nas últimas 24 horas na Espanha, o que elevou os óbitos no país a 18.579. O número de contágios, no entanto, subiu, após seis dias de queda.
Na Dinamarca, as crianças começaram a retornar para as escolas, que precisam instaurar medidas de segurança, começando por uma distância de dois metros entres as mesas.
Alguns pais consideraram a reabertura precipitada e afirmaram que seus filhos não são "ratos de laboratório".
Quatro meses depois do surgimento do vírus na China, a pandemia matou mais de 125.000 e infectou mais de dois milhões de pessoas no mundo.
Mais da metade da população mundial permanece confinada, mas os primeiros países asiáticos que sofreram os efeitos da pandemia começam a dar mostras de retorno, aos poucos, à normalidade.
A Coreis do Sul, que conseguiu conter a epidemia graças a uma estratégia de testes em larga escala, organizou nesta quarta-feira eleições legislativas, com a medição da temperatura nos centros de votação e a disponibilização de locais especiais para os eleitores com febre.
"As pessoas mantêm o distanciamento e todos usam luvas", declarou Kim Gwang-woo, de 80 anos. "Está tudo bem organizado", completou.
Na outra face da moeda, os Estados Unidos registraram na terça-feira mais de 2.200 mortes, o balanço mais grave em apenas um dia para um único país, e acumula o pior balanço no mundo, com 25.700 óbitos.
"Somos os combatentes nos postos avançados (...) e não temos as armas nem a armadura para nos protegermos do inimigo", afirmou Judy Sheridan-Gonzalez, enfermeira de uma unidade de emergência de um hospital de Nova York, onde aumentam as críticas à falta de equipamentos de proteção para os profissionais de saúde.
Na América Latina, Guayaquil (Equador) sofre como nenhuma outra cidade do continente a força da destruição da pandemia.
"Não há espaço nem para vivos nem para mortos", declarou à AFP Cynthia Viteri, prefeita da cidade portuária, que está criando dois cemitérios adicionais.
"Marchamos para a guerra sem armas", resume uma enfermeira veterana de Guayaquil, infectada pela COVID-19, que já matou cinco profissionais da saúde na cidade.
"Não tínhamos o equipamento necessário quando isto (a epidemia) começou a devastar a Europa", lamenta a enfermeira, de 55 anos.