A oposição no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, anunciou nesta terça-feira (27) a prisão de seu chefe e acusou a polícia de ter matado nove pessoas a tiros, em distúrbios às vésperas das eleições gerais da Tanzânia
A oposição no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, anunciou nesta terça-feira (27) a prisão de seu chefe e acusou a polícia de ter matado nove pessoas a tiros, em distúrbios às vésperas das eleições gerais da Tanzânia.
As forças de segurança e os membros da comissão eleitoral começaram a votar antecipadamente nesta terça, um dia antes das eleições para eleger presidente e deputados.
Além disso, os eleitores de Zanzibar, que têm seu próprio governo e Parlamento, elegem também o presidente e deputados do arquipélago semiautônomo.
A oposição de Zanzibar denuncia que esse voto antecipado é uma estratégia para realizar uma fraude eleitoral.
Os confrontos na ilha de Pemba, reduto da oposição, começaram na noite de ontem quando o Exército distribuiu cédulas de voto, que incluem o conjunto dos candidatos. Segundo os opositores, elas já estavam marcadas.
O porta-voz do partido ACT-Wazalendo (Aliança pela Mudança e Transparência - Patriotas), Abedi Jamis Bakar, disse à AFP que nove pessoas morreram à noite pelos disparos da polícia.
O partido informou, em um primeiro momento, que três pessoas morreram, e outras nove ficaram feridas.
Em Dar es Salaam, o chefe da Polícia da Tanzânia, Simon Sirro, anunciou que 42 pessoas foram detidas em Pemba, mas que não há registro de "nenhum morto". O balanço não pôde ser confirmado através de fontes independentes.
O familiar de uma mulher morta afirmou, sem querer revelar sua identidade, que "homens armados apontaram e dispararam" em sua direção, quando estavam sentados à noite na porta de uma loja.
Segundo essa testemunha, três pessoas, entre elas sua parente, morreram, e 18 ficaram feridas.
Na ilha principal, Bardanza, a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e abriu fogo com balas reais em Garagara, um bastião da oposição, constatou um jornalista da AFP.
Pouco depois, o candidato do ACT-Wazalendo, Seif Sharif Hamad, que se apresenta pela sexta vez à Presidência de Bardanza, "foi preso" pela polícia em frente a um centro de votação em Garagara, onde anunciou seu desejo de votar nesta terça-feira, anunciou seu partido no Twitter.
Questionado pela AFP, o chefe da Polícia de Zanzíbar, Hassan Haji, recusou-se a comentar essas informações.
Em seu comunicado, ACT-Wazalendo pediu "à comunidade internacional e regional que convença os governos de Tanzânia e Bardanza a permitirem eleições livres e justas, sem violência e sem intimidação".
Em sua conta no Twitter, o embaixador americano, Donald Wright, disse que está "alarmado com as informações procedentes de Zanzibar e outras partes sobre violência, mortes e prisões".