INTERNACIONAL

Nova Délhi sem leitos para pacientes de coronavírus

Ashwani Jain, empresário de 45 anos, morreu pela COVID-19 em uma ambulância, assim como um número cada vez maior de pacientes em Nova Délhi que não conseguem se hospitalizar devido à falta de leitos

AFP
14/06/2020 às 13:39.
Atualizado em 27/03/2022 às 17:06

Ashwani Jain, empresário de 45 anos, morreu pela COVID-19 em uma ambulância, assim como um número cada vez maior de pacientes em Nova Délhi que não conseguem se hospitalizar devido à falta de leitos.

"Não se importam se vivemos ou morremos", conta à AFP Kashish, sua filha de 20 anos.

Quando seu pai morreu, ela estava com o tio na ambulância que procurava desesperadamente uma vaga em algum hospital da cidade.

"Nada vai mudar para eles, mas eu perdi meu pai que era tudo para mim", diz com lágrimas nos olhos enquanto mostra uma foto dos dois.

Todos os hospitais que a família contatou se recusaram a admiti-lo.

O governo lançou um aplicativo para saber o número de leitos disponíveis para pacientes com COVID-19. O forte aumento de casos expôs a precariedade do sistema de saúde e a falta de leitos, que preocupa cada vez mais a população.

A Índia registrou mais de 300.000 casos de coronavírus, com cerca de 9.000 mortes até agora.

Nova Délhi, com cerca de 20 milhões de habitantes, registra até o momento 1.200 mortos pela epidemia. Todos os dias são registrados mais de mil casos novos.

O ritmo de mortes é tal que, nos necrotérios, os corpos se acumulam e os funcionários dos cemitérios e crematórios não conseguem dar conta.

"O governo não faz nada. Simplesmente brinca com nossos sentimentos", lamenta Kashish.

Como os outros membros da família, está esperando para fazer um teste de diagnóstico. O governo local autoriza os testes apenas para membros de famílias com alto risco ou que apresentam sintomas.

Segundo as autoridades locais, são necessários cerca de 80.000 leitos antes do final de julho. Também alertaram que, se necessário, hotéis e salões de festas poderão ser transformados em hospitais.

Atualmente, os hospitais públicos têm 8.505 leitos para pessoas com o vírus e 1.441 nos estabelecimentos privados.

As famílias dos pacientes afirmam ter pagado pequenas fortunas para conseguir as poucas vagas disponíveis.

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