INTERNACIONAL

Nos EUA, campanha eleitoral está no limbo

Atos públicos, porta a porta entre os eleitores, convenções: a pandemia de COVID-19 interrompeu a campanha presidencial nos Estados Unidos, obrigando Donald Trump e Joe Biden a repensar suas estratégias para uma eleição cujo resultado poderia demorar vários dias para ser conhecido

AFP
01/07/2020 às 20:37.
Atualizado em 26/03/2022 às 21:42

Atos públicos, porta a porta entre os eleitores, convenções: a pandemia de COVID-19 interrompeu a campanha presidencial nos Estados Unidos, obrigando Donald Trump e Joe Biden a repensar suas estratégias para uma eleição cujo resultado poderia demorar vários dias para ser conhecido.

Dessa vez, o ritmo frenético típico no período prévio às eleições presidenciais nos EUA terá de ser esquecido.

Em março, a pandemia colocou um fim de forma abrupta aos atos públicos e agora a campanha ressurge timidamente, onde todos se perguntam como serão os meses que faltam até o dia da votação, em 3 de novembro, no país mais afetado pelo coronavírus.

Ao explicar estar seguindo "o conselho do seu médico", o candidato democrata à Casa Branca, de 77 anos, anunciou na última terça que não organizará eventos públicos massivos durante esta campanha "incomum".

Biden poderia reconsiderar a decisão se a situação melhorar no país, mas, com o aumento de casos de COVID-19 no país, provavelmente nada mudará.

Em junho, depois de ficar em sua casa por dois meses, o ex-vice-presidente de Barack Obama organizou pequenos eventos públicos.

Sempre usando máscara, Biden se mostra como um líder responsável, conceito repetido várias vezes por sua equipe para mostrar sua diferença perante o rival republicano.

"Continuaremos a usar todas as ferramentas disponíveis para destacar o óbvio contraste entre a lenta e caótica resposta de Donald Trump à COVID-19" e a forma de Biden tratar do assunto da pandemia, explicou Michael Gwin, porta-voz do democrata.

Mas essa eleição é arriscada. Ao privar-se de um espaço privilegiado, como eventos e comícios públicos, Biden corre o risco de ceder terreno à Trump, cuja equipe tenta mostrar o concorrente como um velho que evita aparecer diante da multidão.

O presidente estava ansioso pela hora de voltar aos eventos de forma presencial, em espaços nos quais mostra sentir-se à vontade.

Mas seu retorno em Tulsa, Oklahoma, no último 20 de junho, foi um fiasco. Hoje, aos 74 anos, o magnata republicano está muito atrás de Biden nas pesquisas.

Sua equipe admitiu na última terça que ainda não há um novo evento parte da campanha pública programado em sua agenda.

O impacto dos comícios na escolha final dos eleitores "não é suficiente para ultrapassar a situação econômica, problemas de saúde pública ou o desemprego", ressalta John Brehm, professor de Ciência Política da Universidade de Chicago.

Nos Estados Unidos, as convenções em que os partidos nomeiam oficialmente seus candidatos à presidência são geralmente um ponto alto nas campanhas, e reúnem milhares de pessoas.

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