INTERNACIONAL

No Irã, os homens assam um pão chamado "bênção"

Nas padarias de Teerã, os homens preparam o que os iranianos chamam de "barakat" (bênção) da mesa, um pão tradicional que é comido a qualquer hora do dia

AFP
29/06/2020 às 08:48.
Atualizado em 27/03/2022 às 00:02

Nas padarias de Teerã, os homens preparam o que os iranianos chamam de "barakat" (bênção) da mesa, um pão tradicional que é comido a qualquer hora do dia.

Para localizar uma padaria na capital, basta olhar para as longas filas de espera que se formam na entrada, na calçada, ou simplesmente seguir o cheiro de pão fresco saído do forno.

Em Teerã, os padeiros são, sem exceção, homens. Alguns são azeris, curdos...

Vestidos com um avental branco e, às vezes, um boné da mesma cor, acordam muito antes do amanhecer, quando a capital ainda dorme.

Com movimentos precisos, o padeiro faz uma bola de massa, que ele sova em uma placa antes de colocá-la em um forno a gás ou tradicional.

Depois de cozido, serve aos clientes. Outras vezes, penduram nas paredes.

Em algumas padarias, as paredes parecem um mosaico de pães recém-assados, tradicionalmente em quatro formas e tamanhos: barbari, lavash, sangak e taftan.

Não ficam por muito tempo em exibição. Os clientes que esperam na entrada impacientam para comê-los ainda quente.

Para os iranianos, essas "bênçãos" acompanham um prato de kebab (um tipo de carne típico da região) no almoço ou um pedaço de queijo feta e uma xícara de chá no café da manhã.

Sangak continua sendo o pão nacional. É feito com farinha de trigo integral, à qual, às vezes, são adicionadas sementes de gergelim ou papoula, para se adequar ao cliente.

Como muitos outros, os padeiros viram sua renda diminuir devido à pandemia do novo coronavírus, que no Oriente Médio afetou bastante o Irã.

"No início da pandemia, alguns de nossos clientes em quarentena compraram matéria-prima para fazer pão em casa", disse à AFP o padeiro Esmail Asghari.

Mas fazer pão tradicional em casa não é fácil e os padeiros logo recuperaram a clientela.

"Durante a quarentena, fiz pão duas vezes em casa, mas não saiu bom e percebi que não era uma boa ideia", diz Negar Rezai, que acaba de comprar uma sangak no norte de Teerã.

"Comemos pão no café da manhã e no jantar, e frequentemente arroz no almoço", acrescenta essa dona de casa de 50 anos.

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