INTERNACIONAL

Negociação de Messi e a reconstrução do Barcelona

A venda de Messi traria muito dinheiro para o Barcelona, que se encontra em má situação e poderia utilizar esse recurso para iniciar sua reconstrução

AFP
02/09/2020 às 15:48.
Atualizado em 25/03/2022 às 08:54

A venda de Messi traria muito dinheiro para o Barcelona, que se encontra em má situação e poderia utilizar esse recurso para iniciar sua reconstrução.

A saída do craque argentino também geraria uma economia aos cofres do clube espanhol de 118 milhões de dólares por ano, valor especulado sobre o salário do craque, muito distante dos 700 milhões de euros (828 milhões dólares) de multa rescisória, que os dirigentes espanhóis sabem que não serão arcados por nenhuma equipe.

Por outro lado, o clube catalão sente os efeitos da paralisação da temporada de futebol devido à pandemia do coronavírus, que impediu a arrecadação de 236 milhões de dólares nesse período, mesmo montante da dívida acumulada desde 2019, e que contraiu um empréstimo de 165 milhões de dólares com um fundo de investimento dos Estados Unidos para abater parte dessa pendência.

Os torcedores não querem ver o seu ídolo sair, mas a sua transferência pode ser o verdadeiro ponto de partida, a nível econômico e esportivo, do novo Barcelona.

"Amo muito o Messi, mas amo mais o Barça", anunciou o ex-presidente do Barcelona Joan Gaspart na semana passada na rádio do jornal Marca.

"O clube manda, não o jogador. Se Messi sair por uma quantia inferior à sua cláusula, será uma humilhação maior do que os 8 a 2", goleada sofrida para o Bayern de Munique e que decretou a eliminação da equipe nas quartas de final da Liga dos Campeões.

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A estrela argentina recebe um salário anual bruto de mais de 118 milhões de dólares brutos, conforme revelado pelo "Football Leaks" em 2018.

É quase o dobro do que ganha Neymar, que em 2017 foi transferido por 262 milhões do Barça para o PSG, clube que paga a ele cerca de 61 milhões de dólares brutos por ano.

"Negocie, concorde, sorria", pediu jornalista especializado no Barcelona, Xavier Bosch, no jornal Mundo Deportivo na terça-feira, ao exigir que todos "ajam com inteligência".

"O Barça teve uma massa salarial muito elevada, os gastos com pessoal na temporada (2018-2019) chegaram a 542 milhões de euros (641 milhões de dólares), e uma grande parte foi consumida por Leo Messi e Luis Suárez" , revelou à AFP o economista Juan María Gay de Liébana, especialista em economia do futebol e do Barcelona.

"Deve-se levar em conta que entre os grandes clubes europeus, o Barça é aquele com maior volume de negócios, e com maior volume de marketing (merchandising, comercial ...), estamos falando de um volume de negócios total de 854 milhões de euros (mais de um bilhão de dólares). Então, claro, a saída de Leo Messi influencia negativamente nos números do Barça", acrescenta o especialista.

Sem Messi, os contratos de patrocínio do Barça (65,7 milhões de dólares por ano com a Rakuten, 22,7 milhões de euros por ano com Beko), poderiam ser amplamente revistos para baixo, segundo o economista.

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