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Nas eleições dos EUA, Coreia do Norte não quer Biden, o 'cão raivoso'

Entre insultos e apertos de mãos, Kim Jong-un e Donald Trump tiveram bons e maus momentos. E, nesse percurso, o presidente americano nunca inspirou na Coreia do Norte o mesmo ódio que seu líder, Kim Jong-un, diz ter de Joe Biden, um "cão raivoso" que é preciso "matar a pauladas"

AFP
23/10/2020 às 13:05.
Atualizado em 24/03/2022 às 09:29

Entre insultos e apertos de mãos, Kim Jong-un e Donald Trump tiveram bons e maus momentos. E, nesse percurso, o presidente americano nunca inspirou na Coreia do Norte o mesmo ódio que seu líder, Kim Jong-un, diz ter de Joe Biden, um "cão raivoso" que é preciso "matar a pauladas".

O inquilino da Casa Branca, que não se cansa de comemorar sua proximidade com o líder norte-coreano, já prometeu fechar "muito rapidamente" um acordo com Pyongyang se for reeleito em 3 de novembro, apesar do processo diplomático entre os dois países se encontrar em ponto morto há 20 meses.

Não há dúvida, segundo os especialistas, de que, se Biden vencer, sua abordagem será totalmente diferente.

A Coreia do Norte odeia Biden por seu papel como vice-presidente no governo Obama e por sua doutrina de "paciência estratégica". A ideia era recusar qualquer diálogo com o regime norte-coreano, se ele não fizesse concessões primeiro.

Em novembro de 2019, a agência oficial de notícias KCNA liderou um ataque verbal de violência incomum contra o candidato democrata.

"Cães loucos como Biden podem machucar muitas pessoas, se forem deixados soltos", lançou a agência. "Você tem que matá-los a pauladas".

O regime norte-coreano endossou um dos apelidos que Trump dá a seu adversário, "Joe, o dorminhoco" ("Sleepy Joe", no original).

Biden acredita que o atual presidente foi longe demais ao se aproximar do líder norte-coreano. O democrata garante que não se encontrará com Kim incondicionalmente e que exigirá, em primeiro lugar, uma promessa de desnuclearização da península coreana.

"O governo Biden não vai escrever cartas de amor", brincou ele, referindo-se às cartas trocadas entre Trump e Kim.

Na quinta-feira, durante o último debate presidencial, o candidato democrata atacou a amizade que Trump fez com um "bandido", o qual comparou a Adolf Hitler.

De acordo com Andrei Lankov, professor da Universidade Kookmin em Seul, Pyongyang espera que Trump obtenha um segundo mandato.

"A eleição de Joe Biden levaria a um beco sem saída", explica Lankov à AFP.

"Se Donald Trump for reeleito, (os norte-coreanos) serão cuidadosos por um tempo, na esperança de obter concessões dele", apontou.

O início da Presidência de Trump foi marcado por trocas de insultos que contribuíram para agravar as tensões em 2017. A distensão veio, porém, com os Jogos Olímpicos de Inverno de 2018.

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