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Museu de Berlim devolverá restos mortais de aborígenes à Austrália

Um museu de Berlim anunciou, nesta sexta-feira (11), a intenção de devolver à Austrália os restos ancestrais de aborígenes indígenas, em um momento em que várias instituições recebem pedidos para fazer uma reavaliação crítica de suas coleções

AFP
11/09/2020 às 12:24.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:11

Um museu de Berlim anunciou, nesta sexta-feira (11), a intenção de devolver à Austrália os restos ancestrais de aborígenes indígenas, em um momento em que várias instituições recebem pedidos para fazer uma reavaliação crítica de suas coleções.

O museu etnológico da capital alemã pretende restaurar os corpos mumificados de duas crianças, assim como ossos humanos em um caixão de madeira, como parte dos compromissos relativos ao tratamento dos restos humanos.

"A devolução desses restos ancestrais é uma obrigação solene. Temos o prazer de dar este passo para corrigir a injustiça histórica que os trouxe até Berlim", declarou Lars-Christian Koch, diretor do museu, em um comunicado.

Esta decisão ocorre após a devolução que o mesmo museu realizou na semana passada para a Nova Zelândia de cabeças mumificadas de dois homens maoris tatuados.

Os elementos aborígenes faziam parte das coleções do museu desde 1880, em uma época em que os restos de populações aborígenes australianas eram extraídos, inclusive desenterrados, e levados para universidades e coleções na Austrália, mas também em outras partes do mundo.

A decisão da instituição de Berlim responde a uma tendência crescente, dentro da qual museus europeus e americanos enfrentam os problemas éticos da conservação e exposição de objetos roubados ou extraídos sem autorização.

Nos últimos anos aconteceram muitos pedidos para que o British Museum devolvesse à Grécia mármores do Partenon ou ao Egito bustos de Nefertiti do museu Neues Museum de Berlim.

Em fevereiro, o governo australiano pediu o repatriamento desses restos aborígenes em Berlim.

A Austrália promove, desde 2011, uma política de apoio aos indígenas na recuperação e devolução de seus restos ancestrais no exterior.

Em abril de 2019, a Alemanha entregou os restos de um rei aborígene que estavam no museu de Munique desde 1889.

A população aborígene, que ocupou a Austrália por 50.000 anos, foi expulsa de suas terras com a chegada dos colonos há dois séculos.

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