Os anúncios de elevada eficácia de várias vacinas em testes, o mais recente deles nesta terça-feira pela Rússia, aumentam as esperanças e países como a França se preparam para suspender restrições planejar o cenário pós-pandemia, no qual ter sido vacinado pode ser obrigatório para entrar em um avião
Os anúncios de elevada eficácia de várias vacinas em testes, o mais recente deles nesta terça-feira pela Rússia, aumentam as esperanças e países como a França se preparam para suspender restrições planejar o cenário pós-pandemia, no qual ter sido vacinado pode ser obrigatório para entrar em um avião.
A Sputnik V, vacina contra a covid-19 desenvolvida pelo Centro de Pesquisas Gamaleya de Moscou, tem eficácia de 95%, anunciou o instituto.
Estes são resultados preliminares obtidos com voluntários 42 dias após a aplicação da primeira dose, afirma um comunicado conjunto do centro Gamaleya, ministério russo da Saúde e do Fundo Soberano russo envolvido no desenvolvimento da vacina.
O grupo farmacêutico AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram na segunda-feira uma vacina com eficácia média de 70% após os testes em 23.000 pessoas.
Na semana passada, duas vacinas, um projeto conjunto da americana Pfizer com a alemã BioNTech e outra da americana Moderna, anunciaram eficácia de mais de 90%.
Ao contrário das três vacinas, o projeto russo não realizou testes clínicos em larga escala e alguns cientistas ocidentais expressam inquietação, com a advertência de que queimar etapas de modo muito rápido pode ser perigoso.
As esperanças depositadas nas vacinas contra a covid-19 representam um alívio aos cidadãos cansados do vírus em todo o planeta, mas a doença continua endêmica e os governos pedem paciência.
O presidente francês, Emmanuel Macron, discursará nesta terça-feira à noite ao país, atualmente confinado, para anunciar mudanças nas restrições após a queda do número de infecções.
O aguardado discurso de Macron acontecerá um dia depois da declaração do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, de que graças aos avanços nas vacinas "se vislumbra a saída" da pandemia.
Johnson afirmou que, apesar de a "cavalaria científica" estar chegando, "o Natal não será normal este ano" e resta um longo caminho até primavera (hemisfério norte).
O mundo enfrenta uma pandemia sem precedentes, que derrubou a economia e infectou 58,9 milhões de pessoas, com quase 1,4 milhão de mortos.
O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que os avanços mais recentes jogam luz no fim do "longo túnel escuro", mas advertiu que é necessário garantir que as vacinas serão distribuídas de maneira justa.
"Todo governo deseja, com razão, fazer todo o possível para proteger sua população. Mas agora existe um risco real de que os mais pobres e vulneráveis sejam pisoteados no estampido pelas vacinas", completou.
No mundo pós-pandemia, a vacina pode ser obrigatória para poder viajar livremente, como demonstra o anúncio da companhia aérea australiana Qantas de que os passageiros internacionais terão que comprovar a vacinação contra covid-19 para embarcar em seus aviões.
O CEO da Qantas, Alan Joyce, disse que a medida será implementada quando a vacina estiver disponível.