INTERNACIONAL

Mundo do esporte aplaude interrupção de PSG-Basaksehir

"Um ponto de inflexão": a histórica interrupção na terça-feira (8) da partida da Liga dos Campeões entre Paris SG e Basaksehir de Istambul, após as palavras racistas do quarto árbitro, recebeu apoio unânime do mundo do esporte, que espera que a reação represente uma mudança para eliminar o racismo dos estádios

AFP
09/12/2020 às 09:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 03:58

"Um ponto de inflexão": a histórica interrupção na terça-feira (8) da partida da Liga dos Campeões entre Paris SG e Basaksehir de Istambul, após as palavras racistas do quarto árbitro, recebeu apoio unânime do mundo do esporte, que espera que a reação represente uma mudança para eliminar o racismo dos estádios.

O confronto válido pela 6ª rodada do grupo H da Liga dos Campeões será disputado nesta quarta-feira, a partir do momento em que foi interrompido na véspera, aos 14 minutos do primeiro tempo. Não contará com a equipe de arbitragem romena que estava em campo na terça-feira, em uma partida que ganhou valor simbólico.

Ouvir o quarto árbitro Sebastian Coltescu designar o treinador assistente Pierre Achille Webó como "o negro" em romeno ("negru") provocou a revolta dos jogadores e da comissão técnica do time turco, e depois do PSG, que concordaram em abandonar o gramado após alguns minutos de conversas tensas.

Algo do tipo nunca havia sido registrado no mundo do futebol, muitas vezes considerado relapso a respeito do tema.

"Um gesto de dimensão sem precedentes e de um impacto incrível", afirma o jornal esportivo francês L"Equipe. "Os jogadores disseram basta!", destaca Le Parisien.

"Demos uma lição no árbitro racista", comenta o jornal turco Hurriyet. Ainda na terça-feira, o presidente turco, Recep Tayyip Erdohan, condenou o incidente.

Na Espanha, o jogo PSG-Basaksehir ofuscou o reencontro entre os astros Lionel Messi e Cristiano Ronaldo na capa do jornal As: "Stop ao racismo".

Para o italiano Gazzetta dello Sport "aconteceu algo inédito e sobretudo muito grave".

Um evento "estranho e particularmente surpreendente que pode ser um ponto de inflexão na luta contra a discriminação no futebol", afirma o britânico The Guardian.

A opinião é compartilhada pelo ex-jogador inglês Rio Ferdinand, cujo irmão Anton recebeu insultos racistas em 2011: "Os organismos deste esporte devem se posicionar de maneira forte. (Ver) os jogadores abandonando juntos o campo é um passo no bom caminho, mas não se pode deixar para os jogadores a responsabilidade de fazer isto".

Neymar, Kylian Mbappé e outros atletas do PSG expressaram nas redes sociais o compromisso contra o racismo.

O ministro dos Esportes da Romênia, Ionut Stroea, pediu desculpas "em nome do esporte romeno".

Bastaram poucos segundos, no estádio Parque dos Príncipes sem torcedores, para a explosão da polêmica.

Depois de ouvir como foi chamado pelo árbitro, Pierre Achille Webó expressou sua indignação: "He said "negro" (Ele disse "negro")".

As explicações de Sebastian Coltescu (""negru" quer dizer negro" em romeno, palavras captadas pelo canal RMC Sport) não acalmaram os integrantes do clube turco.

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