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Multinacionais: quem ganha e quem perde na pandemia?

A epidemia do novo coronavírus, que levará a uma recessão mundial severa, afetou as multinacionais de forma diferente, com setores perdendo, mas também com grandes ganhadores - é o que aponta um estudo feito pelo centro de pesquisa do banco italiano Mediobanca

AFP
14/05/2020 às 14:15.
Atualizado em 30/03/2022 às 00:56

A epidemia do novo coronavírus, que levará a uma recessão mundial severa, afetou as multinacionais de forma diferente, com setores perdendo, mas também com grandes ganhadores - é o que aponta um estudo feito pelo centro de pesquisa do banco italiano Mediobanca.

O estudo é baseado nos resultados econômicos do primeiro trimestre de mais de 150 empresas, com um faturamento de mais de três bilhões de euros.

As multinacionais da Internet ("WebSoft") estão em primeiro lugar entre os grandes ganhadores. As vendas no setor - incluindo a Amazon, que representa mais de um terço - aumentaram 17,4%, e o lucro líquido, 14,9%.

"É um setor que sempre cresceu rapidamente e continua mantendo essa velocidade", destaca o centro de estudos do Mediobanca.

Durante a epidemia, graças ao aumento dos serviços na nuvem (+ 27,4%), necessário para o trabalho remoto, novas assinaturas foram registradas (+ 26,5%), assim como mais comércio on-line (+ 22,8%).

Aqui, a lista de perdedores inclui vendas de viagens on-line.

A maioria das empresas do setor confirmou, ou aumentou, o pagamento de dividendos a seus acionistas, com um aumento médio de 11%.

A pandemia - lembra o estudo - gerou um "crescimento sem precedentes" para o setor de varejo, devido ao aumento da demanda e à mudança no comportamento dos compradores.

A venda de alimentos, produtos de higiene e de saúde aumentou consideravelmente, enquanto a venda de produtos considerados menos essenciais, como roupas, caiu de forma acentuada.

Em média, o faturamento deste setor (Carrefour, Woolworths, etc.) cresceu 9,1%, com um aumento de 40% no comércio on-line de produtos alimentícios na Europa, com um lucro líquido de 34,8%.

Especialistas estimam que o crescimento vai se desacelerar no segundo trimestre, já que os consumidores estocaram produtos quando a pandemia eclodiu e nos dias que antecederam o confinamento.

O setor farmacêutico registrou um forte impulso com a venda de antivirais e de medicamentos para o sistema respiratório. Com isso, compensou a queda registrada na demanda por outros remédios, devido ao menor número de cirurgias e de consultas médicas fora da COVID-19.

O volume de negócios das multinacionais (Bayer, Roche, entre outros laboratórios) aumentou 6,1%, enquanto o lucro líquido cresceu 20,5%.

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