O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não será o primeiro a boicotar a posse de seu sucessor na quarta-feira (20), mas sua ausência será a primeira desde 1869
O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não será o primeiro a boicotar a posse de seu sucessor na quarta-feira (20), mas sua ausência será a primeira desde 1869.
De fato, muitas mudanças de governo aconteceram no passado em uma atmosfera febril e, em alguns casos, dramática.
Não saber perder uma eleição presidencial data de muito tempo.
Em 1801, o segundo presidente dos Estados Unidos, John Adams, desprezou seu sucessor, Thomas Jefferson, e abandonou a Casa Branca ao amanhecer depois de chamar seu ex-vice-presidente de "mesquinho, filho de má vida de uma índia mestiça".
Seu filho, John Quincy Adams, venceu em 1824 uma eleição acirrada contra Andrew Jackson, que denunciou fraude.
Quatro anos depois, Jackson teve sua revanche após uma campanha ainda mais polêmica.
Assim como seu pai, Adams Jr. foi um mau perdedor e abandonou a Casa Branca na noite anterior à posse.
Jackson, que levou seus escravos para Washington, é considerado um herói por Trump, que tem seu retrato no escritório do Salão Oval.
Em 1841, o democrata Martin Van Buren não se apresentou à cerimônia de posse de seu sucessor William H. Harrison, que contraiu uma pneumonia e morreu depois de dar o maior discurso de posse da história em um dia frio e úmido sem chapéu, casaco, ou luvas.
Andrew Johnson foi o último a boicotar, em 1869, seu sucessor Ulysses Grant, que desprezou sua oferta de compartilhar a carruagem até o Capitólio.
Abraham Lincoln se esquivou de um grupo de assassinos que pretendiam matá-lo quando estava a caminho de sua posse em 4 de março de 1865, mas passou perto do homem que o assassinaria no mês seguinte.
O ator John Wilkes Booth, que dispararia fatalmente contra Abraham Lincoln 41 dias depois em um teatro da capital, estava parado nas escadas do Capitólio quando o presidente foi empossado em seu segundo mandato.
Booth e seus conspiradores confederados já haviam tentado sequestrar Lincoln anteriormente.
Com a Guerra Civil americana prestes a acabar, Booth disse que lamentava não ter uma arma no dia da posse, já que teria sido uma "excelente oportunidade para matar o presidente se quisesse".