INTERNACIONAL

Mudança climática favorece a extinção dos anfíbios, segundo comunicado

Três espécies de anfíbios da América Central desapareceram e muitas outras podem se extinguir em breve, vítimas de um fungo mortal cuja expansão é favorecida pelas mudanças climáticas, informou a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) nesta quinta-feira (10)

AFP
10/12/2020 às 17:08.
Atualizado em 24/03/2022 às 04:08

Três espécies de anfíbios da América Central desapareceram e muitas outras podem se extinguir em breve, vítimas de um fungo mortal cuja expansão é favorecida pelas mudanças climáticas, informou a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) nesta quinta-feira (10).

Essas três espécies, incluindo o colorido atelopus chiriquiensis, que vivia em grande altitude na Costa Rica e no Panamá, mas não era vista desde 1996, entrarão, junto com outras 28 espécies, na categoria de extinção da "lista vermelha" da IUCN.

A lista vermelha inclui 128.918 espécies de plantas e animais, incluindo 35.765 que estão em perigo de extinção.

"A lista de espécies extintas que aumenta é um lembrete brutal de que é urgente tomar mais medidas para a conservação da natureza", ressaltou Bruno Oberlé, diretor-geral da IUCN, que reúne mais de 1.400 organizações e governos.

Outras 22 espécies de anfíbios encontradas na América Central e do Sul estão listadas como espécies "gravemente ameaçadas", categoria que antecede a extinção, na classificação da IUCN em nível internacional.

O responsável pela hecatombe, identificada há muito tempo, é um fungo que ataca a pele de rãs, sapos e outras rãs e acaba matando suas vítimas, impedindo-as de respirar.

"É uma espécie invasora que afeta um grande número de anfíbios em diferentes partes do mundo: Europa, América do Sul, Ásia e África", afirma Craig Hilton Taylor, responsável pela elaboração da lista vermelha no a organização.

"A mudança climática parece ajudar a propagação do fungo e criar as condições para que ele se desenvolva, e então extermine as populações de sapos", ele explica, falando sobre uma "grande crise" que afeta os anfíbios.

Outras espécies ameaçadas ou extintas são as 17 espécies de peixes que habitam o Lago Lanao, nas Filipinas. Desta vez, os culpados são duas espécies de peixes predadores, introduzidos acidentalmente há meio século.

Atualmente, 15 peixes indígenas desapareceram e outros dois estão seriamente ameaçados, podendo até ter desaparecido.

Além disso, a pesca predatória, a poluição e o desmatamento "modificaram maciçamente" o ecossistema do lago, enfatiza Hilton Taylor.

Entre estas espécies ameaçadas encontra-se também o golfinho do Orinoco (Sotalia fluviatilis). Este mamífero está na categoria de espécie ameaçada de extinção porque sua população é vítima de redes de pesca, instalação de barragens ou de poluição.

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