INTERNACIONAL

Mortos por COVID-19 passam de 200.000; OMS alerta sobre 'passaportes de imunidade'

O mundo ultrapassou neste sábado (25) a cifra de 200.000 mortes pelo novo coronavírus, enquanto a OMS alertou sobre a entrega de "passaportes de imunidade" que podem favorecer a propagação da pandemia, uma ideia proposta por vários países para acompanhar a suspensão de medidas de confinamento

AFP
25/04/2020 às 17:41.
Atualizado em 31/03/2022 às 01:53

O mundo ultrapassou neste sábado (25) a cifra de 200.000 mortes pelo novo coronavírus, enquanto a OMS alertou sobre a entrega de "passaportes de imunidade" que podem favorecer a propagação da pandemia, uma ideia proposta por vários países para acompanhar a suspensão de medidas de confinamento.

Mais da metade da humanidade está confinada e na Espanha, o terceiro país do mundo em número de falecidos, as crianças esperavam ansiosas pelo domingo, quando finalmente vão poder sair de casa após seis semanas. O governo proibiu até agora que menores de 14 anos deixem suas casas, nem mesmo acompanhados dos pais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) jogou por terra as esperanças dos que apostavam em uma eventual imunidade dos curados da COVID-19, em um momento em que alguns países se preparam para fazer testes sorológicos em vista do abrandamento das medidas de confinamento.

"Não há nenhuma prova neste momento de que as pessoas que se curaram da COVID-19 e que têm os anticorpos estejam imunizadas a uma segunda infecção", disse a OMS em um comunicado.

O mundo muçulmano, ao contrário, começou o mês do jejum do Ramadã sem orações coletivas, nem alimentos compartilhados. A maioria dos países muçulmanos do Oriente Médio, do Norte da África e da Ásia fechou as mesquitas e proibiu as reuniões familiares.

No Irã, onde a doença matou 5.650 pessoas, segundo cifras oficiais, o mês de jejum muçulmano do Ramadã começou em meio a temores de um recrudescimento da epidemia, duas semanas depois da reabertura parcial dos estabelecimentos comerciais.

O coordenador da luta contra a doença em Teerã, Alireza Zali, criticou "reaberturas feitas apressadamente", e Mohammad Mehdi Gouya, diretor do departamento de doenças infecciosas do Ministério da Saúde, afirmou haver "indícios de um novo recrudescimento" dos casos em algumas províncias.

No Paquistão (12.000 casos), a população foi às ruas em massa, ignorando as advertências oficiais.

Alguns países já começaram a abrandar as medidas de quarentena, mas os balanços continuam refletindo uma situação catastrófica: o Reino Unido superou neste sábado os 20.000 mortos em hospitais. Esta cifra não leva em conta as mortes ocorridas em lares geriátricos onde, segundo representantes do setor, milhares de idosos teriam morrido.

No entanto, muitas medidas de suspensão do confinamento vêm de mãos dadas com normas reforçadas de distanciamento social, como na África do Sul (75 falecidos), onde o confinamento começará a ser abrandado em 1º de maio, embora com a obrigatoriedade do uso de máscaras.

Em Portugal, a quarentena deixou neste sábado imagens inéditas da comemoração do 46º aniversário da Revolução dos Cravos. Centenas de cidadãos foram às janelas com cravos vermelhos nas mãos, cantando o hino nacional e "Grandola Vila Morena", símbolo do golpe de Estado militar que pôs fim a 48 anos de ditadura fascista e 13 anos de guerras coloniais, em 25 de abril de 1974.

Na Europa, a Itália, país do continente mais afetado pela pandemia, superou neste sábado os 26.000 falecidos, à frente da Espanha (quase 23.000) e da França (mais de 22.600).

A partir de 4 de maio, a Itália lançará uma campanha de testes sorológicos em 150.000 pessoas em escala nacional para tentar averiguar mais dados sobre a pandemia e dar, assim, uma resposta melhor à crise.

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