INTERNACIONAL

Morreu John Lewis, emblemático ativista dos direitos civis nos EUA

John Lewis, o pacifista defensor dos direitos civis dos negros que marchou com Martin Luther King Jr e foi congressista durante décadas, morreu aos 80 anos, na sexta-feira (17)

AFP
18/07/2020 às 08:15.
Atualizado em 25/03/2022 às 20:09

John Lewis, o pacifista defensor dos direitos civis dos negros que marchou com Martin Luther King Jr e foi congressista durante décadas, morreu aos 80 anos, na sexta-feira (17).

Este ícone afro-americano travou uma batalha ao longo da vida contra a discriminação racial e a injustiça, sendo espancado pela polícia e preso repetidamente durante protestos contra genocídios e leis sobre a imigração.

"Hoje, os Estados Unidos choram a perda de um dos maiores heróis de sua história", declarou a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, em nota.

Pelosi descreveu Lewis, que não resistiu a um câncer de pâncreas, como "um titã do movimento dos direitos civis, cuja bondade, fé e valentia transformaram nossa nação".

Filho de meeiros, Lewis foi um dos mais jovens integrantes dos "Passageiros da Liberdade", que lutaram contra a segregação racial no sistema de transporte público dos Estados Unidos no início dos anos 1960, e se tornou uma das vozes mais poderosas da defesa da justiça e da igualdade.

Também confrontou o presidente Donald Trump, boicotando sua posse e ressaltando a interferência russa nas eleições de 2016 para questionar sua legitimidade.

Lewis nasceu em Troy, Alabama, em 1940. Era o quarto de dez irmãos de uma família de camponeses e cresceu em uma comunidade totalmente negra, onde rapidamente sentiu a segregação pela cor de sua pele.

Tinha apenas 21 anos quando se tornou um dos fundadores dos Passageiros da Liberdade.

Também foi o líder mais jovem da manifestação de 1963 em Washington, na qual Luther King proferiu seu histórico discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho").

Dois anos depois, quase morreu em uma manifestação antirracista pacífica em Selma, Alabama, quando teve um crânio fraturado pela polícia.

Aquele dia ficou conhecido como "Domingo Sangrento" e, exatamente meio século depois, caminhou de mãos dadas com Barack Obama, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, até o local do protesto emblemático.

Lewis entrou no Congresso em 1986 e logo se tornou uma autoridade moral.

Pelosi o considerava "a consciência do Congresso".

Depois que sua morte foi tornada pública, as homenagens de democratas e republicanos não pararam.

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