Morreu em Miami o cubano Eugenio Rolando Martínez, um dos cinco homens detidos por invadir o complexo de edifícios Watergate em um escândalo que forçou a renúncia do então presidente americano Richard Nixon
Morreu em Miami o cubano Eugenio Rolando Martínez, um dos cinco homens detidos por invadir o complexo de edifícios Watergate em um escândalo que forçou a renúncia do então presidente americano Richard Nixon.
Conhecido como "Musculito" (musculozinho), Martínez morreu no sábado aos 98 anos, confirmou nesta terça-feira Johnny López de la Cruz, presidente da Associação de Veteranos da Baía dos Porcos.
Martínez pertencia a este grupo de Miami, também conhecido como "Brigada 2506", que reúne os ex-combatentes cubanos que, em 1961, tentaram sem sucesso invadir Cuba com a ajuda da CIA para depor o recém-instalado líder da Revolução comunista, Fidel Castro.
Nascido em Pinar del Río, Martínez exilou-se nos Estados Unidos após a revolução cubana, em janeiro de 1959, e se uniu à luta anti-Fidel, dedicando-se a fazer entrar por mar as tropas que se dedicariam a lutar clandestinamente.
A Brigada 2506 informou que Martínez, "uma lenda na luta pela liberdade de Cuba", fez mais de uma centena de missões, entre elas a infiltração na ilha de equipes da brigada antes e depois da invasão.
Mas ficou conhecido quando fez parte do grupo de cinco homens que invadiram o gabinete do Comitê Nacional Democrata do complexo Watergate, em Washington, em junho de 1972.
Um documento da CIA que teve a censura suspensa em 2016 mostra que Martínez era um espião na lista da agência de inteligência desde 1961 até o dia em que ele o grupo forçaram a entrada do Watergate.
Naquele então, Martínez foi preso, se declarou culpado e passou 15 meses preso.
Em 1983, o então presidente Ronald Reagan lhe concedeu o perdão presidencial, segundo uma lista do Departamento de Justiça.
Sua missão no Watergate tinha sido intervir em telefones e buscar conexões financeiras entre Fidel e o Partido Democratas para beneficiar o republicano Nixon em sua reeleição. O presidente renunciou em 1974, depois que foi revelada a conspiração.
"Eu nunca acreditei que estivesse preparado para nada. Mas chegou o momento de fazê-lo e o fiz", disse Martínez em uma entrevista concedida à rádio Televisión Martí em junho de 2019.
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