INTERNACIONAL

Milhares de migrantes retidos pelas barreiras impostas pelo coronavírus

Milhares de migrantes estão retidos ao redor do mundo, incapazes de se deslocar em consequência do retorno de fronteiras e barreiras pelo novo coronavírus, alertou a ONU nesta quinta-feira (7)

AFP
12/05/2020 às 12:05.
Atualizado em 30/03/2022 às 00:09

Milhares de migrantes estão retidos ao redor do mundo, incapazes de se deslocar em consequência do retorno de fronteiras e barreiras pelo novo coronavírus, alertou a ONU nesta quinta-feira (7).

A situação é especialmente difícil no Sudeste asiático, no leste da África e na América Latina, regiões em que milhares de pessoas não conseguem retornar ao seu país de origem, explicou a Organização Internacional para Migrações (OIM).

Os acampamentos em que alguns destes migrantes estão forçados a morar são focos de contágio da COVID-19, afirmou o diretor geral da organização, Antonio Vitorino.

"Há milhares de migrantes perdidos em todo o mundo", declarou.

"Muitos migrantes estavam em trânsito, alguns queriam voltar a seus países de origem, justamente por causa da pandemia", acrescentou.

Outros ficaram presos enquanto tentavam melhorar seu destino, indo para outro país.

"Estão bloqueados nas áreas fronteiriças, em condições muito difíceis, sem acesso a cuidados mínimos, especialmente a controles médicos", destaca. "É uma fonte de enorme preocupação".

A OIM pediu aos governos o acesso a estes acampamentos e áreas de fronteira para avaliar qual é a situação da saúde, declarou Vitorino.

"O distanciamento social é impensável" nestes lugares, assim como "o acesso à água ou banheiros".

"Se a doença se propagar nos acampamentos, o impacto será enorme", enfatizou.

Atualmente, a OIM se encarrega de 1.100 acampamentos de migrantes em todo o mundo e em 2019 forneceu ajuda a aproximadamente 2,4 milhões de pessoas deslocadas.

A organização detectou quase 220 casos de COVID-19 nos campos de refugiados da Grécia. Essas pessoas puderam ser atendidas pelos serviços de saúde gregos.

No entanto, a situação é potencialmente muito mais perigosa em regiões como Cox"s Bazaar, no Bangladesh, onde vivem amontoados um milhão de refugiados rohingyas.

rjm/nl/bp/jz/mbaa

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