As autoridades birmanesas ampliaram nesta quarta-feira o confinamento no estado de Rakhine (oeste), que agora afeta um milhão de pessoas, para frear a propagação do novo coronavírus nesta região, cenário de tensões étnicas e religiosas
As autoridades birmanesas ampliaram nesta quarta-feira o confinamento no estado de Rakhine (oeste), que agora afeta um milhão de pessoas, para frear a propagação do novo coronavírus nesta região, cenário de tensões étnicas e religiosas.
Nas últimas 24 horas foram registrados 100 novos casos de coronavírus, em sua maioria nesta região. O país acumula até o momento 574 casos.
Depois de Sittwe, a capital do estado de Rakhine, o governo ordenou nesta quarta-feira a ampliação do confinamento para outros municípios.
"Os habitantes devem permanecer em suas casas e poucos veículos estão autorizados a circular", anunciaram as autoridades.
O objetivo é impedir uma propagação da epidemia, principalmente nos campos superpopulosos de rohingyas, onde vivem 130.000 pessoas desta minoria muçulmana perseguida.
Na semana passada, as autoridades visitaram o campo de Thae Chaung para enfatizar a necessidade de respeitar o distanciamento físico - algo impossível já que em média 10 famílias moram em apenas uma casa - e distribuir desinfetante para as mãos e máscaras.
O estado de Rakhine é cenário há muito tempo de conflitos étnicos e regionais.
Os rohingyas são controlados na região e têm acesso limitado aos serviços de saúde, educação e habitação.
Quase 750.000 membros desta minoria se refugiaram em Bangladesh em 2017, depois que fugiram da repressão militar que a ONU chamou de "genocídio".
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