A Alemanha começou sua presidência rotativa da União Europeia (UE), nesta quarta-feira (1o), com desafios históricos pela frente e com a esperança, para a chanceler Angela Merkel, de conseguir deixar uma marca perene na história do bloco
A Alemanha começou sua presidência rotativa da União Europeia (UE), nesta quarta-feira (1o), com desafios históricos pela frente e com a esperança, para a chanceler Angela Merkel, de conseguir deixar uma marca perene na história do bloco.
A chanceler e sua equipe prepararam durante meses esta presidência europeia, a primeira para Berlim desde 2007 e uma das últimas oportunidades para que a dirigente alemã brilhe na cena internacional antes de sua retirada política prevista para o final de 2021.
Não bastasse o Brexit, a mudança climática e a imigração, ainda há a pandemia do novo coronavírus e suas duras consequências econômicas e sociais.
Ainda ameaçada por uma segunda onda de contágios, a União Europeia enfrenta "desafios econômicos que nunca vistos em décadas, nem mesmo antes", disse a chanceler na segunda-feira (29), em um encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron.
"As expectativas que pesam sobre nossos ombros são muito altas", reconheceu, temendo um novo impulso dos populistas pela falta de "solidariedade" entre os países europeus.
Diante da avalanche de problemas, o embaixador alemão na UE, Michael Clauss, reconheceu que está tendo noites de insônia: "É difícil dormir, porque acho que as expectativas são altas".
Outros comemoram que a Alemanha assuma esta presidência.
"Um país, cuja economia (ainda) é a mais forte da União, que enfrentou a pandemia melhor do que muitos outros (pelo menos até agora), e dirigido por um governo estável", em um continente em turbulência, resumiu ontem o jornal alemão especializado em economia "Handelsblatt".
No poder de forma ininterrupta há 15 anos, um recorde para um dirigente na Europa, a chanceler tem uma oportunidade única de fazer história e de apagar a imagem ruim deixada por sua ortodoxia orçamentária durante a crise da Grécia de 2011.
Na terça à noite, o começo da presidência foi marcado simbolicamente, pela projeção no mítico Portão de Brandeburgo de Berlim, do slogan "Todos juntos para relançar a Europa". A frase apareceu inscrita em vários idiomas.
A presidência alemã começará com uma cúpula de líderes europeus em 17 e 18 de julho em Bruxelas, decisiva para o futuro da Europa.
Os 27 vão tentar alcançar um acordo sobre o projeto de pacote de estímulo de 750 bilhões de euros contra o novo coronavírus - pela primeira vez, com fundos emprestados em comum pela União Europeia. Para isso, Angela Merkel aceitou quebrar um tabu político na Alemanha.
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