INTERNACIONAL

Meca se prepara para receber número limitado de peregrinos

A Arábia Saudita sediará, a partir de quarta-feira (29), o haje, a grande peregrinação de muçulmanos a Meca, mas com um número reduzido de peregrinos devido à pandemia de coronavírus, fato inédito em tempos contemporâneos

AFP
27/07/2020 às 08:05.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:09

A Arábia Saudita sediará, a partir de quarta-feira (29), o haje, a grande peregrinação de muçulmanos a Meca, mas com um número reduzido de peregrinos devido à pandemia de coronavírus, fato inédito em tempos contemporâneos.

Apenas 10.000 sauditas e outros residentes estrangeiros no reino wahhabi poderão realizar o haje este ano, um dos cinco pilares do Islã.

No ano passado, cerca de 2,5 milhões de muçulmanos completaram a grande peregrinação, muitos deles oriundos de outros países.

A imprensa estrangeira também não poderá cobrir esse evento, já que as autoridades sauditas restringiram o acesso à cidade sagrada aos muçulmanos.

O número de pessoas infectadas com COVID-19 no mundo superou, no domingo (26), 16 milhões, das quais 260.000 na Arábia Saudita.

Os peregrinos, protegidos por máscaras, começaram a chegar no final de semana em Meca, onde foram submetidos a verificações de temperatura e isolamento, segundo as autoridades.

Também receberam um kit que incluía pedras esterilizadas para o ritual de apedrejamento, álcool em gel, máscaras, um tapete de oração e um ihram, a túnica branca sem costura que os peregrinos devem usar, de acordo com um documento do ministério do Haje.

Os peregrinos também deverão ser testados para o coronavírus antes de chegar à cidade santa e ficarão em quarentena após a peregrinação.

O governo saudita garantiu que preparou vários centros de saúde, clínicas móveis e ambulâncias para garantir a saúde dos peregrinos, que deverão respeitar as distâncias de segurança.

Nas últimas semanas, as autoridades receberam uma onda de perguntas e críticas no Twitter daqueles que tiveram negado o acesso a Meca este ano, depois de uma seleção considerada por alguns como "opaca".

A escolha dos peregrinos foi baseada em "razões de saúde", defendeu o ministro do Haje, Mohamad Benten, em declarações à rede saudita Al-Arabiya, na qual descreveu o processo como transparente.

Muçulmanos de 160 países diferentes participaram de um sorteio organizado pelo governo saudita.

"Esse sentimento é indescritível", comentou à AFP Nasser, um nigeriano residente em Riade, escolhido para fazer o haje.

Os peregrinos sauditas foram escolhidos entre um grupo de militares e profissionais da saúde que contraíram a COVID-19, mas que já se recuperaram, de acordo com as autoridades.

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