Da Rússia à Indonésia, os Estados tentam garantir o fornecimento de máscaras protetoras contra o coronavírus, enquanto aumentam as "razzias", estocagem e até roubo de suprimentos médicos
Da Rússia à Indonésia, os Estados tentam garantir o fornecimento de máscaras protetoras contra o coronavírus, enquanto aumentam as "razzias", estocagem e até roubo de suprimentos médicos.
Máscaras, luvas, óculos, desinfetantes e roupas de proteção: cada país prepara seu arsenal para resistir à epidemia, enquanto os consumidores entram em pânico.
Na Indonésia, a polícia apreendeu cerca de 600.000 máscaras em um armazém localizado na região da capital Jacarta, numa época em que o anúncio, na segunda-feira, dos dois primeiros casos de contaminação no arquipélago causou uma demanda galopante por elas.
"Os preços das máscaras disparam e já há escassez, provavelmente porque os especuladores estão tentando ganhar dinheiro às custas das pessoas", disse Yisri Yunus, porta-voz da polícia de Jacarta.
Pelo menos 500 pessoas fizeram fila nesta quarta-feira na frente de um supermercado de Seul tentando obter o precioso equipamento médico que se tornou escasso, a ponto de o presidente sul-coreano Moon Jae-in se desculpar pela escassez.
A Coreia do Sul, o país mais afetado pela epidemia após a China, produz 10 milhões de máscaras por dia para uma população de cerca de 50 milhões de pessoas.
O governo requisitou metade da produção para distribuir em correios, farmácias e uma cooperativa agrícola que as vende a um preço fixo, com um limite de cinco unidades por pessoa.
O país asiático não é o único ameaçado pela escassez.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na terça-feira sobre o "esgotamento rápido" dos estoques de equipamentos de proteção. Seu diretor, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu para aumentar sua produção em 40%.
A OMS estima que serão necessários 89 milhões de máscaras médicas por mês em todo o mundo, além de 76 milhões de pares de luvas e 1,6 milhão de lentes de proteção.
O diretor-geral da organização disse que "a OMS enviou quase meio milhão de equipamentos de proteção individual para 27 países, mas os estoques são rapidamente esgotados" pela "crescente demanda, acumulação e uso indevido" desses produtos.
"Não poderemos conter o COVID-19 se não protegermos nossa equipe médica", alertou.
Na China, onde a epidemia surgiu em dezembro passado e causou 2.981 mortes, a falta de equipamento de proteção inicialmente causou a contaminação de milhares de médicos e enfermeiros e pelo menos uma dúzia de mortes entre eles.
O país converteu fábricas de cobertores, fraldas e até celulares, para a fabricação de máscaras ou macacões de proteção.