INTERNACIONAL

Margareth Dalcolmo, a voz no combate ao coronavírus no Brasil

A pneumologista Maragareth Dalcolmo segue se surpreendendo quando é reconhecida e pedem para abraçá-la no mercado, apesar de sua onipresença na mídia como uma das maiores especialistas da luta contra a pandemia de coronavírus no Brasil

AFP
12/03/2021 às 10:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:15

A pneumologista Maragareth Dalcolmo segue se surpreendendo quando é reconhecida e pedem para abraçá-la no mercado, apesar de sua onipresença na mídia como uma das maiores especialistas da luta contra a pandemia de coronavírus no Brasil.

Esta mulher de 65 anos, sem filhos e desconhecida do grande público até o ano passado, se tornou uma figura materna que consola milhões de pessoas doentes ou angustiadas pela covid-19, vírus responsável por 273.000 mortes no país.

Desde então, a pesquisadora da Fiocruz apareceu 440 vezes na televisão, nos jornais ou nas redes sociais, números dignos das estrelas do futebol.

"Vocês já repararam que se fala mais em Margareth Dalcolmo do que de Neymar?", escreveu o colunista Zuenir Ventura no Globo no mês passado.

Em um ano, a pesquisadora da prestigiosa Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se tornou uma celebridade, popularizando o discurso científico para os brasileiros, sobrecarregados pela desinformação sobre o coronavírus.

Incansável, esta mulher enérgica prega pedagogicamente a importância do uso da máscara, do distanciamento social e da vacinação. Também denuncia a negligência e a corrupção na Saúde, assim como os discursos "absurdos, inaptos" a favor da cloroquina ou contra a vacina... Como os repetidos pelo presidente Jair Bolsonaro.

"As forças obscurantistas fazem um mal enorme à população brasileira, eu me sinto muito estimulada a repetir mil vezes as mesmas informações e o farei até cair", explica em entrevista esta semana concedida à AFP no Rio de Janeiro.

Tudo começou em março de 2020 com um simples vídeo no qual a dra. Dalcolmo apresentava o resumo de uma reunião de crise sanitária em Brasília da qual acabava de participar.

"Tivemos 1,5 milhão de visualizações! Naquela época eu não entendia nada de redes sociais", lembra a doutora, que respondeu às perguntas em um ótimo francês.

Para esta trabalhadora incansável, os dias começam às 7h00 com consultas de pacientes via videoconferência, que vão até às 21h00.

"Também vou à Fiocruz, ao meu consultório onde tenho muitos pacientes e visito hospitais", enumera. Como pneumologista, ela também trata casos de asma, bronquite e câncer.

"Até nos fins de semana, em casa, eu trabalho. Eu tenho que ler muitos artigos científicos", continua a doutora, que tenta encontrar tempo para a literatura: "meu segundo amor, depois da medicina".

Durante a pandemia, a Dra. Dalcolmo releu "A cerimônia do adeus", obra crepuscular de Simone de Beauvoir. Sua escritora "do coração", porém, é Marguerite Yourcenar.

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