A surpresa e a dor pela morte de Diego Maradona aos 60 anos, em 25 de novembro de 2020, reforçaram o mito de um ídolo do esporte mundial e multiplicaram as homenagens que buscam eternizá-lo
A surpresa e a dor pela morte de Diego Maradona aos 60 anos, em 25 de novembro de 2020, reforçaram o mito de um ídolo do esporte mundial e multiplicaram as homenagens que buscam eternizá-lo.
A notícia do falecimento do lendário jogador devido a uma crise cardiopulmonar quando se recuperava de uma operação no crânio, teve um impacto planetário. Em estádios de todo o mundo foram feitas homenagens para aquele que foi um gênio, artista da bola, poeta canhoto e várias vezes campeão com a seleção argentina, Napoli, Barcelona e Boca.
No meio dos funerais, alguns fãs mudaram o nome na esquina de uma de suas casas no bairro de Villa Devoto, em Buenos Aires. As ruas Segurola e Habana foram alteradas para Diego e Maradona.
Não foi oficial, foi espontâneo. Mas municípios em todo o país já estão estudando a renomeação de vias.
Uma das homenagens mais rápidas foi a do artista plástico Alfredo Segatori, de 50 anos. Ele pintou um mural de 800 metros quadrados em uma parede no bairro de La Boca, perto da histórica Bombonera, onde Maradona vestiu a camisa "albiceleste" em 1981 e onde está seu camarote vitalício de torcedor.
"Agora vou dizer que tenho uma religião, a de Diego. Um pouco de fantasia, metáfora e imaginação", disse Segatori.
O culto não tem limites. Uma senadora apresentou um projeto de lei para imprimir cédulas de 1.000 pesos (11 dólares), com a imagem do astro de um lado e "o momento do segundo gol contra a Inglaterra (2-1), feito no México, no dia 22 de junho de 1986, do outro".
"O mito já estava vivo com sua vida e, no entanto, agora começa a narração de uma lenda", analisou o filósofo e apresentador Darío Sztajnszrajber.
Uma ideia que foi diluída foi a de embalsamar seu corpo. Ao que parece, era uma vontade de Maradona expressa em documento sem valor testamentário. Ele queria ser exibido em um museu junto com óculos, camisetas e outras lembranças.
Outra homenagem foi proposta por um de seus filhos, Diego Maradona Sinagra: "Seria bom aposentar a camisa "10" dos times onde meu pai jogou, incluindo o Barcelona", que atualmente está sendo usada pelo astro argentino Lionel Messi.
A adoração já acontecia quando o ex-capitão da Albiceleste era vivo. Por ocasião de seu aniversário, no dia 30 de outubro, uma estátua e um mural foram inaugurados em uma esquina do bairro La Paternal, onde morou com seus pais e irmãos e onde nasceu o Argentinos Juniors, primeira equipe em que Maradona brilhou e cujo estádio foi batizado com o nome do ídolo anos antes de sua morte.
Na semana passada, o Estádio Único de La Plata foi batizado em sua homenagem, a cidade onde ele comandou o Gimnasia y Esgrima até sua morte. Como era de se esperar, a mesma iniciativa foi adotada na "casa" do Napoli, clube italiano onde Maradona brilhou e é venerado como San Genaro.