Reverenciado em todo o continente americano, Diego Armando Maradona manteve uma relação complexa com os Estados Unidos, que incluiu polêmicas políticas e sua expulsão da Copa do Mundo de 1994 por doping, onde nasceu o famoso "cortaram minhas pernas"
Reverenciado em todo o continente americano, Diego Armando Maradona manteve uma relação complexa com os Estados Unidos, que incluiu polêmicas políticas e sua expulsão da Copa do Mundo de 1994 por doping, onde nasceu o famoso "cortaram minhas pernas".
Em um país onde o futebol não está entre os esportes mais populares, a morte do craque argentino ocupou lugar de destaque na quinta-feira nas capas e chamadas dos principais meios de comunicação.
"O gênio atormentado do futebol", intitulou o New York Times para a capa do camisa 10.
Outros jornais, como The Washington Post e Los Angeles Times, também dedicaram espaços ao "herói do futebol argentino", todos com uma foto de Maradona hasteada com o troféu da Copa do Mundo de 1986, no Estádio Azteca.
Se a Copa do Mundo mexicana foi o ápice da atuação de Maradona, os Estados Unidos significaram, em vez disso, o fim abrupto e chocante de sua carreira na Albiceleste.
O gênio do Villa Fiorito concordou em retornar à seleção nacional para ajudá-la a se classificar em uma dramática repescagem.
No início de sua quarta Copa do Mundo, com 33 anos e sem seleção, Maradona empolgou seu país mais uma vez ao liderar em Boston uma espetacular primeira vitória por 4 a 0 sobre a Grécia, na qual marcou um dos gols, celebrado com entusiasmo frente às câmeras.
No segundo jogo, novamente em Boston, onde a Argentina venceu a Nigéria por 2 a 1 com um gol de Maradona na assistência de Claudio Caniggia, uma de suas imagens mais icônicas aconteceu quando ele deixou o campo do Foxboro Stadium (Massachusetts), nas mãos de uma enfermeira a caminho do teste de doping.
Três dias depois, a Argentina e todo o mundo do futebol ficaram em estado de choque ao saber que Maradona havia testado positivo para cinco substâncias com efeitos estimulantes, sendo expulso da Copa do Mundo, levando também a uma suspensão de 15 meses pela FIFA.
"Cortaram minhas pernas", declarou Maradona, que sempre negou sua responsabilidade no positivo, culpando um medicamento contra a gripe.
"Meus braços estão caídos, minha alma está despedaçada. Quero que fique claro para todos os argentinos que não corri para as drogas, corri pela camisa", disse o líder da seleção argentina que, totalmente abatido, foi eliminado nas oitavas de final pela Romênia.
Maradona nunca mais voltou aos Estados Unidos após sua saída da Copa do Mundo e desde então teve vários episódios problemáticos com suas autoridades.