Uma nova mobilização está sendo preparada nesta segunda-feira (8) no Paraguai, abalado desde sexta-feira por protestos exigindo a renúncia do presidente Mario Abdo, a quem os manifestantes acusam de mau desempenho na crise da saúde devido à pandemia da covid-19
Uma nova mobilização está sendo preparada nesta segunda-feira (8) no Paraguai, abalado desde sexta-feira por protestos exigindo a renúncia do presidente Mario Abdo, a quem os manifestantes acusam de mau desempenho na crise da saúde devido à pandemia da covid-19.
Embora a presidente tente conter os protestos com a nomeação de novos ministros e a promessa de "corrigir" seus erros, os manifestantes irão às ruas novamente em coincidência com a tradicional marcha do Dia da Mulher.
A manifestação feminista em Assunção está programada na praça da Democracia e a concentração de opositores na praça do Congresso.
Na noite de domingo, centenas de pessoas tentaram chegar à casa do presidente para exigir sua renúncia, mas a marcha foi bloqueada pela polícia.
Na madrugada desta segunda-feira, um grupo de manifestantes se dirigiu para as proximidades da residência do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018), onde foram dispersos por forças de segurança.
A chegada de apenas 4.000 doses de vacinas Sputnik V destinadas ao pessoal de terapia intensiva dos hospitais gerou o descontentamento que apontou para a gestão oficial.
O presidente chileno, Sebastián Piñera, ajudou Abdo enviando imediatamente 20.000 doses de vacinas de Coronavac, na China, para o pessoal de saúde no último sábado.
Por sua vez, o presidente do Senado do Paraguai, Oscar Salomón, anunciou nesta segunda-feira que em poucos dias chegarão mais 36 mil doses da vacina contra a covid-19.
O Paraguai, com pouco mais de 7 milhões de habitantes, espera, sem datas precisas, a importação de 4 milhões de vacinas pelo sistema Covax estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), além de um milhão de doses da Sputnik V.
"Queremos obter a maior quantidade de vacinas no menor tempo possível", disse o novo ministro da Saúde, Júlio Borba, em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
O governante substituiu Julio Mazzoleni, cuja renúncia foi exigida pela oposição na última quinta-feira.
A oposição - minoria no Congresso - liderada por Efraín Alegre, ex-rival de Mario Abdo nas eleições de 2018, anunciou que elaborará um pedido para tentar o impeachment do presidente.
No entanto, isso não será possível sem o apoio dos seguidores do ex-presidente Cartes, um dissidente de Abdo no partido governista Colorado.
O descontentamento popular foi gerado há 10 dias, com protestos em frente aos hospitais de familiares de pacientes com covid-19, unidos por médicos e enfermeiras, devido à escassez de medicamentos no setor público e preços excessivos no setor privado.