A poluição que causou uma mortalidade em massa de animais e problemas para surfistas na península de Kamchatka, no extremo oriente russo, forma uma camada compacta de 40 km de comprimento que se move sobre a água - constataram cientistas nesta quinta-feira (8)
A poluição que causou uma mortalidade em massa de animais e problemas para surfistas na península de Kamchatka, no extremo oriente russo, forma uma camada compacta de 40 km de comprimento que se move sobre a água - constataram cientistas nesta quinta-feira (8).
Esta mancha, de 40 km de comprimento e de 30 a 100 metros de largura, está à deriva na costa da península, de acordo com um comunicado da Universidade Federal do Extremo Oriente, que está pesquisando o fenômeno. Segundo a instituição, tem o aspecto de uma "espuma estranha" de cor "verde escuro".
Essa camada, que acreditava-se estar limitada a uma praia, "tem limites claros, não se desintegra e se desloca progressivamente para o sul", rumo às ilhas Kuriles - disputadas por Rússia e Japão -, "sem diminuir seu tamanho", disse o diretor de um laboratório de biologia da universidade, Kirill Vinnikov, no comunicado.
De helicóptero, os pesquisadores coletaram amostras que serão enviadas para Vladivostok.
Há vários dias, os habitantes da península observaram quantidades impressionantes de animais marinhos mortos nas praias do Pacífico. Também sofreram queimaduras, ou vomitaram, ao entrar em contato com a água.
Na quarta-feira (7), as autoridades russas abriram uma investigação por "violação das regras de gestão de substâncias e resíduos perigosos para o meio ambiente" e "poluição marinha", afirmando que as primeiras amostras analisadas indicaram a presença "de um produto poluente, cuja consistência é semelhante com a do petróleo industrial, ou outra substância com componentes oleosos".
O governador do território de Kamchatka destacou que a fonte de contaminação pode ser um aterro de pesticidas abandonado, próximo ao local, e se comprometeu a cuidar do assunto.
Embora as autoridades não descartem a possibilidade de um "fenômeno natural", especialistas consultados pela imprensa local apontam para um provável vazamento de heptilo, combustível para foguetes altamente tóxico que pode ter sido provocado por uma instalação militar da região.
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