Os opositores do presidente bielorrusso voltaram às ruas neste domingo (23) em Minsk, em uma nova manifestação que busca manter a pressão contra o governo, confrontado por um movimento de protesto histórico
Os opositores do presidente bielorrusso voltaram às ruas neste domingo (23) em Minsk, em uma nova manifestação que busca manter a pressão contra o governo, confrontado por um movimento de protesto histórico.
No poder há 26 anos, Alexandre Lukashenko, de 65 anos, prometeu que iria "resolver o problema" das manifestações que, segundo ele, são instigadas pelo exterior, e colocou o exército em alerta, acusando a OTAN de fazer manobras em suas fronteiras.
Milhares de pessoas, entre elas trabalhadores da grande fábrica de tratores MTZ, marchavam em direção ao centro da capital, Minsk, com bandeiras brancas e vermelhas, as cores da oposição, segundo constataram repórteres da AFP.
No centro de la cidade, outros milhares gritavam "Liberdade" e "Lukashenko para o carro da polícia".
Nos arredores, foram implantadas inúmeras forças antidistúrbios, com canhões de água, segundo repórteres da AFP.
Pouco antes do início do protesto, o Ministério do Interior alertou contra as manifestações "ilegítimas" e pediu aos cidadãos que agissem com "sensatez".
O Ministério da Defesa alertou que, em caso de incidentes perto dos memoriais da Segunda Guerra Mundial, onde ocorreram os protestos nessas últimas duas semanas, os responsáveis terão que lidar "não com a polícia, mas com o exército".
A oposição espera repetir o ocorrido em 16 de agosto, quando organizou nas ruas de Minsk a maior manifestação da história do país, com 100.000 participantes, para denunciar --segundo eles-- a reeleição fraudulenta à presidência de Lukashenko, uma semana antes.
"Me sinto muito orgulhosa porque depois de 26 anos de medo [os bielorrussos] estão dispostos a defender seus direitos", declarou no sábado à AFP a líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanóvskaya, que considera ter ganhado a eleição.
"Peço que continuem, que não parem, porque é realmente importante continuarmos unidos na luta por nossos direitos", acrescentou Tikhanóvskaya, uma ex-professora de inglês de 37 anos, que se refugiou em Vilna, capital da Lituânia.
Até agora, o presidente bielorrusso se manteve firme em sua posição. Embora conte com o apoio do exército, da polícia e dos serviços secretos, alguns de seus aliados na imprensa estatal e em empresas públicas o abandonaram.
Neste domingo, seus partidários também organizam manifestações de apoio.