Migrantes sem documentos aproveitaram o Dia Internacional do Migrante, comemorado nesta sexta-feira (18), para protestar em toda a França e exigir mais uma vez a regularização da sua situação, uma causa enfraquecida pela crise sanitária
Migrantes sem documentos aproveitaram o Dia Internacional do Migrante, comemorado nesta sexta-feira (18), para protestar em toda a França e exigir mais uma vez a regularização da sua situação, uma causa enfraquecida pela crise sanitária.
Depois das manifestações realizadas em maio, junho e outubro, que reuniram milhares de pessoas, este quarto dia de mobilização aconteceu em cerca de cinquenta cidades do país.
Em Paris, mais de mil migrantes sem documentos, principalmente da África, protestaram pacificamente, escoltados por uma grande força policial, confirmou um jornalista da AFP.
"Sem papéis em perigo", "O esforço nacional somos nós", proclamavam seus cartazes, iluminados por velas acesas em memória aos migrantes mortos no exílio.
"Estamos aqui por todos os indocumentados na França. Durante a covid, somos nós que fazemos todo o trabalho, que limpamos os hospitais, enquanto os que estavam parcialmente desempregados estavam quentinhos em casa. O governo nos esqueceu", lamentou Siby Ahamada, membro de um grupo sem documentos, em declaração à AFP.
"Como não temos papéis, os patrões se aproveitam da gente e, quando querem, não nos pagam", revelou Lssana, um malinense de 50 anos que vive clandestinamente na França há 19 anos e trabalha intermitentemente na construção "às vezes por 40 euros". "Estamos aqui há muito tempo, mas nossa vida está bloqueada", lamentou.
O governo emitiu instruções em meados de setembro para facilitar a naturalização francesa de estrangeiros mobilizados na linha de frente durante a pandemia. No início do mês de novembro, o entorno da ministra da Cidadania, Marlène Schiappa, anunciou que havia 334 naturalizações em andamento.
Estima-se que haja entre 300.000 e 600.000 migrantes em situação irregular na França.
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