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Mais de 510.000 mortes por desastres naturais em 50 anos na América Latina, segundo a Cepal

Mais de 510.000 mortes foram registradas nos últimos 50 anos por desastres naturais relacionados às mudanças climáticas na América Latina, uma região extremamente vulnerável a esses fenômenos, informou nesta quinta-feira(18) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL)

AFP
19/06/2020 às 00:26.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:22

Mais de 510.000 mortes foram registradas nos últimos 50 anos por desastres naturais relacionados às mudanças climáticas na América Latina, uma região extremamente vulnerável a esses fenômenos, informou nesta quinta-feira(18) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

Entre 1979 e 2019, houve 2.309 desastres naturais nessa região, que causaram 510.204 mortes e afetaram um total de 297 milhões de pessoas, além de causar danos de US $ 437 bilhões, disse a Cepal.

Os dados foram incluídos no livro "La emergencia del cambio climático en América Latina y el Caribe: ¿seguimos esperando la catástrofe o pasamos a la acción?"("A emergência das mudanças climáticas na América Latina e no Caribe: seguimos aguardando a catástrofe ou agimos?"), apresentado nesta quinta-feira em uma videoconferência de sua sede em Santiago.

Em uma mensagem enviada para o lançamento, Antonio Guterres, Secretário-Geral da ONU - da qual faz parte a CEPAL - destacou a contribuição da publicação para o desenho de políticas públicas", assim como para todas as nossas sociedades, protagonistas indispensáveis de uma mudança nos padrões de produção e consumo que não podem mais esperar".

A publicação descreve a América Latina e o Caribe como "uma região extremamente vulnerável às mudanças climáticas, devido à dependência de atividades altamente sensíveis ao clima, à sua baixa capacidade de adaptação e à sua exposição a vários fenômenos hidrometeorológicos extremos".

A crise climática e também a atual emergência de saúde devido ao coronavírus, que está avançando na América Latina com mais de 87.000 mortes e 1,8 milhão de casos, fazem parte de um modelo de desenvolvimento "insustentável e desigual", com predominância das elites e a cultura de privilégios que levaram a efeitos negativos para a região, acrescenta o documento da CEPAL.

Este modelo, acrescenta, foi baseado "em grandes externalidades negativas, como as emissões associadas às mudanças climáticas, que excedem os limites ambientais globais e as vulnerabilidades sistêmicas evidenciadas pela COVID-19".

"O horizonte é a igualdade, a mudança estrutural progressiva é o caminho e a política, o instrumento", disse Alicia Bárcena, secretária geral da CEPAL.

Bárcena incentivou o progresso no sentido de uma mudança no modelo, com políticas para setores estratégicos que reduzam emissões, gerem empregos e aumentem investimentos, e permitam que a reativação seja conduzida com equidade e sustentabilidade.

msa/pa/mls/jc

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