INTERNACIONAL

Mais de 30 interrogados em caso histórico de exploração sexual no Uruguai

Mais de 30 homens são investigados por exploração sexual de menores no Uruguai, em um caso histórico no país devido ao número de envolvidos, entre eles empresários, comerciantes, políticos e até um ex-juiz

AFP
27/08/2020 às 19:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 12:13

Mais de 30 homens são investigados por exploração sexual de menores no Uruguai, em um caso histórico no país devido ao número de envolvidos, entre eles empresários, comerciantes, políticos e até um ex-juiz.

A investigação, chamada de Operação Oceano, chegou ao total de 32 nomes há alguns dias, e os acusa de "retribuição ou promessa de retribuição" a menores de idade em troca de sexo.

O caso teve início em março, quando o corpo de uma adolescente de 17 anos foi encontrado próximo a um riacho no departamento de Canelones, a leste de Montevidéu. Ao investigar a morte, a Polícia constatou que a vítima tinha denunciado um homem por exploração sexual. Quando fizeram a perícia em seu celular, encontraram mensagens de vários homens oferecendo-lhe dinheiro e presentes em troca de sexo.

A partir daí, começou a se desenrolar uma história que revelou como dezenas de homens entravam em contato com a mesma adolescente e amigas dela, todas menores de idade, com o mesmo objetivo.

Conforme publicado nesta quinta-feira pelo jornal El País, um deles disse ao promotor do caso, Darviña Viera, que a grande maioria dos homens que contatavam as meninas pagavam entre US$ 100 e US$ 300 dólares por atos ou fotografias eróticos.

Além disso, recebiam brindes como peças de lingerie ou apliques de cabelo, entre outros, segundo o jornal.

Entre os acusados estão um ex-juiz de menores, um ex-deputado e um dono de um bar em Punta del Este, além de empresários, comerciantes e professores. Um argentino e um brasileiro também foram requisitados pelos tribunais, segundo a imprensa local.

Os acusados estão sujeitos à medida cautelar de fixação de domicílio por 180 dias e proibidos de se aproximarem das vítimas ou de manter qualquer contato com elas.

Também não podem exercer funções públicas e privadas nas áreas da educação, saúde e de todas as que envolvam o atendimento direto a menores de idade.

Os acusados aguardam agora que o Ministério Público que conduz a investigação os acuse ou também desistam de levar o processo a julgamento, o que pode demorar vários meses.

O crime de exploração sexual de menores no Uruguai resulta em pena de dois a 12 anos de prisão.

gv/gma/bn/mvv

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