Um total de 4,5 milhões de madrilenos acordaram neste sábado com novas restrições de deslocamento para tentar frear o coronavírus, que avança perigosamente em outros países da Europa e outros continentes, onde a doença superou a marca de 100
Um total de 4,5 milhões de madrilenos acordaram neste sábado com novas restrições de deslocamento para tentar frear o coronavírus, que avança perigosamente em outros países da Europa e outros continentes, onde a doença superou a marca de 100.000 mortes.
E o mundo aguarda as notícias da Casa Branca, depois que o presidente Donald Trump foi hospitalizado na sexta-feira após testar positivo para o novo coronavírus, embora ele tenha afirmado no Twitter que está "bem".
Os moradores de Madri e de nove municípios próximos só podem sair de sua localidade em casos específicos, que incluem seguir até o trabalho, procurar atendimento médico e ajudar pessoas dependentes.
A decisão passou a ser aplicada às 22H00 locais de sexta-feira, após uma disputa intensa entre as autoridades do governo central (de esquerda) e o governo regional de Madri, de linha conservadora, que não aceitavam as restrições, sobretudo por suas consequências econômicas.
As medidas pretendem frear o avanço do vírus em Madri, de "extraordinária gravidade" nas palavras do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
A Espanha registra até o momento 790.000 contágios e mais de 32.000 mortes por covid-19 e Madri concentra um terço dos números. A região tem 500 casos para cada 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.
Mas a aplicação das medidas promete ser complicada. Os habitantes das áreas envolvidas não estão confinados em suas casas e poderão se movimentar livremente dentro de seus municípios. Além disso, os especialistas consideram que as normas foram anunciadas de maneira tardia e são insuficientes.
Os contágios também aumentam de maneira vertiginosa em outros países como Reino Unido ou França. Em Paris, caso os números não mudem, o governo provavelmente decidirá na segunda-feira dar um passo adiante nas restrições e fechar todos os bares e restaurantes.
Na Alemanha, os cidadãos que se opõem às restrições pelo coronavírus organizaram neste sábado uma grande corrente humana no lago Bodensee, na fronteira com a Áustria e a Suíça, com o objetivo de unir um número suficiente de pessoas para alcançar os limites dos dois países.
Na Itália, um dos países mais afetados pela primeira onda do vírus, mas que até o momento não enfrenta novos surtos preocupantes, o papa Francisco fará neste sábado seu primeiro deslocamento fora de Roma em sete meses, uma visita à cidade de Assis, onde nasceu São Francisco, para assinar sua terceira encíclica, dedicada à "fraternidade".
A notícia de que Trump testou positivo para o novo coronavírus e terá que passar alguns dias no hospital por "precaução" concentra a atenção do mundo, a um mês da eleição presidencial nos Estados Unidos.
O próprio presidente afirmou que está "muito bem". Seu médico, Sean Conley, explicou que ele estava cansado, mas com "bom ânimo" e que recebeu um coquetel de anticorpos da empresa Regeneron que ainda não foi aprovado oficialmente pelas agências reguladoras.
Sua porta-voz, Kayleigh McEnany, afirmou que, após consultas com especialistas, Trump recebeu o antiviral remdesivir e não precisa de oxigênio suplementar.
Trump, 74 anos e acima do peso, é teoricamente um paciente do grupo de risco. McEnany destacou que ele continua à frente do país e trabalha no hospital.
Estados Unidos permanecem como o país mais afetado do planeta pela covid-19, com mais de 208.000 mortes e 7,3 milhões de contágios.