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Luta contra a covid azeda comemorações do Ano do Boi na China

Viajar para celebrar em família o Ano do Boi, apesar das restrições anticovid, ou ficar sozinho em Pequim, como pedem as autoridades? O dilema agita os chineses que trabalham na capital

AFP
11/02/2021 às 09:44.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:40

Viajar para celebrar em família o Ano do Boi, apesar das restrições anticovid, ou ficar sozinho em Pequim, como pedem as autoridades? O dilema agita os chineses que trabalham na capital.

O Ano Novo Lunar, que este ano cai em 12 de fevereiro, é o feriado mais importante da China. Normalmente, milhões de trabalhadores aproveitam a oportunidade para retornar às suas províncias de origem.

Com o coronavírus quase erradicado no país, apesar de alguns surtos localizados em dezembro-janeiro, principalmente em Pequim, muitos esperavam comemorar o ano novo normalmente.

Mas, por precaução, a prefeitura da capital convocou os moradores a evitar qualquer viagem "desnecessária" para fora da cidade no feriado.

Para desencorajar os chineses, as autoridades usam incentivos financeiros para quem fica e exigências de exames e formalidades para quem viaja.

"Para viajar, preciso fazer um teste de PCR e obter um certificado. Não é prático", explica à AFP Hou Sibai, um entregador de comida natural de Gansu (noroeste), que trabalha em Pequim.

Ele finalmente vai passar ao feriado na capital com sua esposa e filha.

Para incentivar pessoas como Hou Sibai a não viajar, Pequim prometeu 40 milhões de yuans (5,1 milhões de dólares) em cupons de descontos - para serem usados em aplicativos de comércio eletrônico.

Filmes online e planos de dados móveis para smartphones também estão sendo oferecidos.

E a estratégia tem dado certo: as viagens ferroviárias e aéreas caíram 80% em relação ao ano passado, segundo a prefeitura.

Na estação ferroviária de Pequim, geralmente lotada durante os feriados, muitos bancos estão vazios e não há fila nas máquinas.

A queda para zero nos últimos dias no número de novos pacientes com covid-19 na China, no entanto, levou alguns a pegar o trem.

Como Li Xinjun, uma faxineira de 50 anos que vai a Hebei (norte) para ver seu filho e sua família.

"Meus clientes trabalham no hospital. Então, no ano passado, por causa da epidemia, eles não puderam tirar férias. Então, eu também não voltei para casa", contou à AFP. "Faz muito tempo que não vejo meu filho".

Outra viajante, Liu Wenjing, disse à AFP que viajará a Henan (centro) sob pressão de sua família.

A jovem de 24 anos acredita que seus pais querem apresentá-la a namorados em potencial durante as férias - um ritual profundamente enraizado na China.

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