Os adultos jovens da América Latina correm mais riscos de morrer de covid-19 do que os de países desenvolvidos, segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira (16), realizada por economistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que comparou os dados dos países mais afetados pela pandemia
Os adultos jovens da América Latina correm mais riscos de morrer de covid-19 do que os de países desenvolvidos, segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira (16), realizada por economistas do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que comparou os dados dos países mais afetados pela pandemia.
"Os adultos jovens e de meia idade na América Latina e no Caribe têm uma probabilidade maior de morrer ou adoecer gravemente de covid-19 do que seus pares em regiões mais desenvolvidas", informaram os economistas do BID Juan Pablo Chauvin e Juan Nicolas Herrera, em um estudo conjunto com a acadêmica Annabelle Fowler.
Os especialistas analisaram estatísticas oficiais e determinaram que nos países em desenvolvimento, os grupos etários mais jovens representam uma proporção "significativamente maior das mortes por covid-19" em relação aos países de renda alta.
Um exemplo é o caso da Colômbia, onde a cada 100 mortes de covid-19, cerca de 30 correspondem a pessoas menores de 60 anos, enquanto nos Estados Unidos, apenas 12 em cada 100 correspondem a este mesmo grupo etário.
"Os pacientes de covid-19 que não são da terceira idade têm mais probabilidades de morrer da doença no México e na Colômbia do que nos Estados Unidos e no Canadá", afirmaram os pesquisadores, que não encontraram diferenças significativas ao estudar os dados da população de maiores de 80 anos.
Um dado muito eloquente é que um paciente positivo médio de covid-19 no grupo etário de 40 a 49 anos na Colômbia ou no México tem estatisticamente a mesma probabilidade média de morrer do coronavírus do que um paciente do grupo etário de 60 a 69 anos no Canadá ou nos Estados Unidos.
Os autores do estudo compararam dados de cinco países com renda alta e os cinco países em desenvolvimento com maior número de mortes confirmadas pela covid-19: França, Grã-Bretanha, Itália, Espanha e Estados Unidos e, do outro lado, Brasil, Colômbia, México e África do Sul.
"Nossa pesquisa descobriu que as populações mais jovens têm relativamente menos probabilidades de se recuperar da covid-19 nos países em desenvolvimento do que nos países ricos", informaram os economistas, que explicaram que há uma prevalência maior de doenças pré-existentes relacionadas a complicações e um acesso mais limitado a hospitais em alguns países.
Entre as doenças mencionadas estão complicações renais crônicas, transtornos neurológicos, HIV/aids e tuberculose.
Com relação aos cuidados hospitalares, os autores destacaram que na Colômbia e no México os pacientes deste grupo têm acesso relativamente menor aos centros de terapia intensiva, caso sejam hospitalizados.
Os especialistas também citaram que outros estudos vincularam a maior aglomeração residencial e a informalidade no mercado de trabalho a uma propagação mais rápida da doença.
"À medida que os países determinam como distribuir melhor suas vacinas, nosso trabalho sugere que, no mundo em desenvolvimento, a idade pode não ser um indicador suficiente do risco de mortalidade pela covid-19 que uma pessoa enfrenta", concluiu Chauvin.
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