Um locutor de rádio de Hong Kong se tornou nesta segunda-feira a segunda pessoa acusada de sedição com base em uma lei da era colonial britânica que as autoridades começaram a usar para calar a dissidência
Um locutor de rádio de Hong Kong se tornou nesta segunda-feira a segunda pessoa acusada de sedição com base em uma lei da era colonial britânica que as autoridades começaram a usar para calar a dissidência.
A polícia informou a Wan Yiu-sing, 52 anos, que ele é objeto de quatro acusações relacionadas com atos com "fins sediciosos", segundo um documento jurídico.
Esta é a segunda vez que a lei é aplicada desde 1997, data da devolução a China da ex-colônia britânica.
A polícia recorreu a um impressionante arsenal jurídico para perseguir os ativistas pró-democracia após as grandes manifestações, algumas violentas, que sacudiram o território em 2019.
As acusações contra Wang são motivadas por seus programas de rádio, transmitidos no ano passado.
De acordo com a polícia, nos programas o locutor tentou "suscitar ódio ou desprezo, ou avivar o descontentamento" em relação ao governo chinês e de Hong Kong e estimulou os cidadãos a "infringir" a lei.
Wang, conhecido como DJ "Giggs", comandou programas dedicados às manifestações e pediu doações para apoiar os jovens de Hong Kong que fugiram para Taiwan.
A lei, promulgada na época colonial, que se aplica contra o locutor é diferente da polêmica norma sobre segurança nacional aprovada ano passado para Hong Kong, que é considerada uma ferramenta para calar os protestos.
A lei que contempla o crime de sedição foi usada em setembro pela primeira vez e o alvo foi outro locutor de rádio e ativista pró-democracia, que aguarda julgamento.
yz/jta/qan/juf/ial/bl/zm/fp